Os diretores dos Órgãos de Comunicação Social (OCS), cujas marcas estão em processo de registo por parte do empresário Nuno Tavares Pereira, querem a “anulação voluntária e imediata” de tal ato.
Em conferência de imprensa conjunta realizada esta tarde, em Midões, o diretor do jornal a Comarca de Arganil foi “porta-voz” dos vários órgãos de comunicação social visados – entre os quais a Rádio Boa Nova, jornal Folha do Centro, Rádio Clube de Arganil, Notícias de Coimbra – denunciando que o processo de registo de marcas “é e será condicionar o exercício livre e independente de informar”.
A acreditar na “boa-fé” que já foi defendida pelo empresário e “se o desapego e altruísmo do empresário Nuno Fernando Tavares Pereira são assim tão profundos e sentidos”, os diretores dos OCS pediram esta tarde ao empresário para que “proceda à anulação, voluntária e imediata, do pedido de registo agora efetuado, sanando, dessa forma, esta situação e evitando outras diligências pelos agora lesados”.
Entendem os responsáveis pelos títulos que “se a justificação dada foi a de que tal ato foi realizado para proteger os mesmos órgãos de comunicação social e os nomes e títulos que ostentam”, os mesmos “não têm necessidade da sua proteção”.
Naquela que foi uma tomada de posição conjunta, Nuno Gomes esclareceu que os órgãos de comunicação social “nada têm contra o MAAVIM”, informando que “nem tão pouco foi esta organização acusada de desencadear este processo de registo”. “ A referência a esta associação surge apenas de forma circunstancial e porque o cidadão Nuno Fernando Tavares Pereira se apresenta, e é conhecido, nem se coibindo disso, como o rosto do movimento, representando-o publicamente por diversas ocasiões, onde os presentes órgãos de comunicação social, e outros, foram chamados a noticiar eventos e actividades”, referiu.
Os OCS não aceitam “a deturpação dos factos inerentes aos registos realizados e que são públicos, e muito menos a vitimização de terceiros para fazer esquecer o gesto tido para com os órgãos de comunicação social em causa”
Na ocasião, o diretor da Rádio Boa Nova verificou que o empresário “não está de boa fé” já que, no momento em que avançou para o registo da marca Rádio Boa Nova ( no dia 1 de junho), Nuno Pereira que já tinha iniciado o processo de registo (26 de maio) apelou junto do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) para que o pedido apresentado por Albino José fosse “negado”. “Se está de boa-fé, não pedia para ser negado. Julgo que há má-fé das pessoas”, referiu o diretor da Rádio Boa Nova que, ainda no mês de agosto, contestou o pedido de registo da marca Rádio Boa Nova por parte do empresário. Albino José apelou, por isso, ao “bom senso” do empresário. “Esperamos que faça o ‘mea’ culpa. Vamos aguardar que isto se resolva”, referiu, notando também que os OCS não passaram “procuração nenhuma” ao empresário para resolver os assuntos de cada um.
Os diretores dos OCS deram como certa uma contestação conjunta junto do INPI, caso o empresário não reverta o processo de registo das marcas.
Confira a posição dos OCS no vídeo da Conferência de Imprensa