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Opinião: Em tempo de eleições, porque correr riscos? (Parte 3)

 “Se você não sabe onde quer ir, qualquer caminho serve. Lewis Carroll

                                                               III—Porque correr riscos?

Há razões profundas para se sentir a estagnação em que vive o nosso Concelho nos últimos 30 anos. Não que nada se tenha feito, mas a realidade é que se perdeu toda a velocidade de crescimento dos anos 70/80/90.

É certo que tivemos novas escolas, novos arruamentos, alargamento do parque industrial, empresas a chegar e a partir, mas a questão que se põe é se isso será suficiente para sair desta sensação generalizada de estagnação.

Devemos colocar três perguntas sobre a história do nosso Concelho:

– O que realmente aconteceu?

– Por que aconteceu?

– O que deve ser feito?

O sucesso económico e social do nosso Concelho até fins dos anos 90, criou uma sociedade com um certo nível de riqueza, fruto da iniciativa empresarial e de vontades políticas por melhores condições de vida.

Esse espírito combativo, ambicioso e voluntarioso, deu lugar a um estado de letargia onde as pessoas e os políticos se tornaram avessas ao risco, à inovação, à continuidade do desenvolvimento económico.

As empresas adormeceram, os políticos entorpeceram, as gentes embalaram num consumismo, hedonismo e num individualismo que deitou a perder o radicado “Sentido de Vida”.

Passou a falar-se apenas em desenvolvimento e mais desenvolvimento, mas numa ótica de mais festivais, carros, férias paradisíacas e negócios especulativos.

Recusámos a transpiração, o esforço, o sacrifício, o compromisso e as responsabilidades sociais e políticas que são indispensáveis ao verdadeiro sucesso.

As pessoas ficaram sem ideias. Acho que, até certo ponto, mesmo as instituições se degradaram e se tornaram avessas ao risco.

Ao mesmo tempo, assiste-se à diminuição de uma forte classe média, tão visível nos anos 80/90, e como consequência a uma maior polarização social, com uma sociedade mais conflituosa e desigual, dividida entre uma minoria mais abastada e uma maioria com menor capacidade de consumo.

Os problemas começaram a ser profundos e a estagnação é frustrante, dando lugar a um pessimismo alimentado por um esquerdismo festivo e um conservadorismo populista e demagogo, que se aproxima do desejo messiânico do autoritarismo.

Paralelamente, começaram-se a sentir preocupações muito legítimas sobre o futuro.

Acho que, se não encontrarmos um caminho de volta para o Futuro, o nosso País, e em particular o nosso Concelho, desintegrar-se-á ainda mais, económica e socialmente.

É difícil sair-se da decadência numa comunidade ou numa empresa, sem uma crise, sem uma Mudança.

Será que nestas eleições haverá pessoas ansiosas para poderem redirecionar radicalmente o nosso Concelho do caminho em que está?

Apresentam-se políticos com esse perfil a concorrer às próximas eleições autárquicas em Oliveira do Hospital?

Apresentam-se políticos com visão para, em conjunto com todos os Oliveirenses, colocarmos o Concelho, as suas empresas e as suas gentes no lugar que já ocupámos no Distrito de Coimbra?

Apresentam-se políticos com vontade e ambição de proporcionarem vantagens às pessoas e às empresas e não aos seus interesses partidários ou individuais?

No próximo artigo abordarei o tema: “Porque votar nos jovens?”

Carlos Brito
Setembro, 2025

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