No passado dia 14 partiram rumo à fronteira da Ucrânia para “cumprir o dever de solidariedade europeia”. Hoje, três mil quilómetros depois, Sebastião Barbosa e André Pereira já estão na linha da frente no auxílio às vítimas da guerra.
Em declarações à Rádio Boa Nova, André Pereira começou por referir que “é impossível uma pessoa ficar indiferente com esta tragédia que está a acontecer” e, “apesar de simbólico”, “é bom poder dar um pequeno contributo”.
De acordo com o voluntário oliveirense, a deslocação até à fronteira tem como objetivos “levar mantimentos angariados pela Associação de Jovens de Lagares da Beira, fazer voluntariado durante três dias e dar boleia a refugiados”.
No momento em que acabavam de “chegar ao controlo de passaporte ucraniano e passar a fronteira”, os jovens já tinham feito a “inscrição de voluntariado” num centro de apoio logístico. Durante o período de auxílio, os oliveirenses aguardam pela indicação de “nomes de refugiados e respetivos destinos” para virarem as costas à guerra. “Levamos as pessoas para onde quiserem ir, da nossa rota de regresso. Se quiserem ir para Oliveira do Hospital, vêm connosco”, afirmou, adiantando que, se for o caso, “uma pessoa de Oliveira do Hospital ofereceu-se para acolher refugiados”. Avançou que também a Associação Luso-Ucraniana de Braga, já contactada, “está disponível para os receber”.
Questionado sobre o ambiente que se vive na fronteira onde se encontram, André Pereira afirma que “é diferente do que se vê na televisão”. “Nunca estamos preparados para viver esta realidade. É um choque”, sublinhou, constatando “a miséria e a tragédia humana” que se verifica. No local, é notória a inexistência de “famílias completas”. “Vêm-se esposas e filhos, mas não se vêm os pais porque os homens não podem passar a fronteira. É uma realidade que se consegue ler facilmente na cara das pessoas”, concluiu.