A candidatura encabeçada por João Ricardo Duarte à liderança do Município de Oliveira do Hospital, e que tem sido apontada pelo próprio como “de base independente”, será uma coligação entre o partido a que pertence, o CDS-PP, e uma outra força política, o pequeno partido ‘Nós, Cidadãos’.
Ao apresentar estas listas em coligação com uma outra força política, o CDS pode colocar o nome “Oliveira, o Motivo” como designação da coligação e nos boletins de voto das próximas Eleições Autárquicas, o que não aconteceria caso esta candidatura fosse apresentada unicamente pelos centristas. Numa candidatura unipartidária, como aquelas que serão apresentadas pelo PS e pelo PSD, a lei obriga a que se apresenta o nome do partido nos materiais de campanha e no boletim de voto.
A informação foi obtida pela Rádio Boa Nova junto de fontes próximas do processo na estrutura nacional e confirmada junto da concelhia liderada por Rafael Dias, também comentador desta estação no programa “Vice-Versa”. Assim, a 12 de outubro, quando os eleitores se dirigirem às urnas para escolherem os seus representantes na Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Juntas de Freguesia, encontrarão como opção o título “Oliveira, o Motivo”, seguido dos logótipos do CDS-PP e do Nós, Cidadãos.
Nós, Cidadãos não tem estrutura (nem votos) em Oliveira do Hospital
Este partido político, sem estrutura ou militantes conhecidos em Oliveira do Hospital, nunca concorreu a uma eleição autárquica neste território. Existe desde 2015 e apresenta-se como “o partido dos movimentos cívicos”. Nas eleições legislativas do passado mês de maio não conquistou, a nível concelhio, um único voto, dado que não apresentou lista no círculo eleitoral de Coimbra. Nos totais nacionais foi o 18.º partido em 20 forças concorrentes, com 3.312 votos em todo o país.
É preciso recuar até às Europeias de 2024 para encontrar votos oliveirenses no Nós, Cidadãos. Nesse ato eleitoral, realizado em junho do ano passado, houve cinco eleitores em todo o concelho a escolher este partido político: um voto em cada uma destas freguesias ou uniões de freguesias – Aldeia das Dez, Ervedal e Vila Franca da Beira, Lourosa, Oliveira do Hospital e São Paio de Gramaços e Seixo da Beira. Antes disso, teve 14 votos nas Legislativas 2019 e 25 nas Legislativas 2015.
Entre as propostas que apresentam para o poder local no seu site oficial estão uma reforma da administração local, com propostas como “o reagrupamento facultativo de concelhos em municípios supraconcelhios, novas unidades de gestão territorial de escala aproximada das NUTS III”, a “agremiação [sic] facultativa de freguesias, de forma a combinar a maior proximidade ao cidadão com a eficácia das atividades e poupança de custos”, e ainda o fornecimento, pelas autarquias, de “serviços vitais às comunidades”. Apontam que “os cortes excessivos nos orçamentos locais levam a uma deterioração dos serviços da coleta de lixo, reparação de estradas, e perda de ativos importantes tais como bibliotecas e centros de juventude”.