O concelho de Oliveira do Hospital reúne as condições para entrar na rota do nomadismo digital. A afirmação foi feita, ontem, na sessão de apresentação do Digital Nomads Association Portugal que decorreu no Salão Nobre da Câmara Municipal perante jovens e empresários da restauração e alojamento, parceiros essenciais neste modo de trabalho que será “o futuro”. Quem o afirma é Gonçalo Hall, presidente da associação recentemente criada, que passou pelo concelho oliveirense para apresentar soluções práticas e sugestões de como podem as localidades adaptarem-se a estes novos desafios.
Para isso, é preciso aliar o alojamento, a restauração, a gastronomia, a segurança, o clima e o sentido de comunidade. Segundo o responsável, o “ nómada digital precisa de ter a sensação de pertença, de integração na comunidade”. Perante a plateia, explicou que um nómada digital “trabalha em qualquer lado através do seu computador, por norma com uma estadia de dois meses em cada sítio”. Satisfeito por Portugal “ter normalizado o trabalho remoto”, Gonçalo Hall considera que ainda falta mais, daí a importância dos parceiros. “O futuro do trabalho é remoto. Quarenta por cento das pessoas já trabalham a partir de um computador. É uma questão de adaptação”, afirmou, destacando o facto de muitas estarem a abandonar as grandes cidades e rumar para o interior”. A frisar que um nómada digital “não vive mal” em termos financeiros, até pelo contrário, Gonçalo Hall sublinha a vantagem deste modo de vida: “viver com qualidade, em contacto com a natureza, onde o custo de vida é mais baixo”.
Quanto à escolha de Oliveira do Hospital para integrar este tour, o presidente da Digital Nomads Association, considerou o concelho “um destino natural pelas aldeias incríveis que tem”. Gonçalo Hall defendeu que “os nómadas digitais são a chave para a repopulação das aldeias ao trazer mais pessoas e repovoar o território”.
E Oliveira do Hospital já começou por algum lado. Conta já com um espaço de coworking em Alvoco das Várzeas que “pode potenciar” a vinda destes profissionais. “É o gancho para trazer pessoas”, frisou. Mas os nómadas “não querem ficar fechados e precisam de conhecer pessoas”, daí a importância da envolvência dos empresários e associações locais. “Tem que haver alojamento com reserva mensal, com desconto por isso, e não pagar um valor de uma noite por 30 dias”, exemplificou.
É também com bons olhos que José Francisco Rolo olha para este interesse da Digital Nomads Association por Oliveira do Hospital, na medida em que “é uma nova frente de transformação dos territórios”. O presidente do Município considera que o nomadismo digital “promove os territórios e gera economia com a ligação ao alojamento e à restauração”. “É dinheiro que entra no território. É um leque de oportunidades para todos”, referiu.
Da parte do Município ficou a garantia de “trabalhar em rede” e de “cooperar para afirmar Oliveira do Hospital como um destino fiável e apetecível para receber nómadas digitais”.