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“Oliveira do Hospital tem pela frente a revolução do renascimento”

A comemorar os 44 anos da revolução dos cravos, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital verificou ontem que o concelho tem pela frente “uma nova revolução”.

“Esta não é a revolução que desejámos”, disse José Carlos Alexandrino que, diante da “enorme ferida” causada pelo incêndio de 15 de outubro, considera que o concelho tem pela frente a “revolução do renascimento”.

O hastear da bandeira ao som do hino nacional cantado pelo Coral de Sant’Ana assinalou o arranque das comemorações do 25 de abril, em Oliveira do Hospital. Pelo segundo ano consecutivo, a sessão evocativa dos 44 anos da revolução dos cravos decorreu no Jardim Oliveira Mano, em pleno centro da cidade, com o objetivo de proporcionar a aproximação a todos os oliveirenses.

A sessão ficou marcada pela esperança no renascimento do concelho de Oliveira do Hospital que, no dia 15 de outubro, viveu “o pior dia da sua história”. “Estamos perante uma enorme ferida”, afirmou o presidente da Câmara Municipal que apelou a todos os oliveirenses, para que tenham “força e coragem” para fazer renascer Oliveira do Hospital. José Carlos Alexandrino deu conta da preocupação do município em “não deixar ninguém para trás” e destacou o caminho percorrido e conquistas alcançadas, como foi exemplo o aumento do apoio às empresas para 85 por cento. De acordo com o autarca, junto da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro já foram aprovados 7,5 milhões de Euros para a recuperação de empresas e, a Câmara Municipal instruiu150 processos para reconstrução de habitações. A dar conta do apoio à agricultura, a alimentação que foi garantida aos animais, entre outros auxílios, Alexandrino disse que em seis meses a Câmara já gastou “perto de um milhão de Euros”, sem gastar um cêntimo da conta solidária que já soma mais de 60 mil Euros. No que respeita à agricultura, garantiu o autarca que não desistirá de lutar por apoios iguais aos do setor empresarial.

Entende José Carlos Alexandrino que, o que se impõe ao concelho, é a “revolução do renascimento”. “Vamos ter esperança no futuro e acreditar no valor das nossas gentes”, afirmou.

Ainda que mergulhado na missão de reconstruir o que o fogo destruiu, José Carlos Alexandrino “não tira o pé do acelerador” no que respeita a outras obras que permitem que o concelho continue a ser visto como um “concelho modelo”. É o caso do saneamento básico (está em curso investimento de três milhões de Euros), a remodelação do complexo da Escola Secundária de Oliveira do Hospital, a requalificação da Casa da Cultura (obra já em curso) entre outros projetos.

Junto do governo, José Carlos Alexandrino espera ainda reivindicar por melhor Saúde para o concelho, a concretização do IC6 e a devolução de competências ao tribunal de Oliveira do Hospital.

Ao fim de 44 anos, Dulce Pássaro, presidente da Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital considerou que “nem tudo foi ainda conseguido”, como o “acesso a habitação condigna, direito a justiça célere e isenta e o combate a bolsas de pobreza que ainda existem”.

Numa sessão evocativa, que contou com canções e poemas de abril, pelo Coral de Sant’Ana e a oliveirense Lucinda Maria, os partidos políticos partilharam as preocupações que subsistem 44 anos após o 25 de abril.

Luís Almeida, representante da CDU, deu conta das “muitas exigência e preocupações que se colocam ainda no nosso concelho”, defendendo de modo particular os serviços públicos. Por seu lado, João Duarte, a representar o CDS-PP, teceu duras críticas ao percurso de 44 anos, mostrando-se contudo com esperança na sua geração, que “pode fazer a diferença”. João Brito (PSD) destacou as “responsabilidades enormes” que se verificam no concelho após o incêndio. “É necessário encontrar uma resposta” para todos os que foram afetados. “Muito pouco foi feito”, verificou João Brito que, do mesmo modo, destacou a preocupação do partido com o estado da saúde no concelho e os problemas em torno das acessibilidades ao concelho. “Temos de olhar mais para os jovens”, defendeu a jovem Diana Costa (PS), que fez questão de evidenciar o “orgulho” que sente pelo 25 de abril.

O oliveirense António Campos, que travou uma luta constante anti PIDE e anti ditadura e foi um dos fundadores do PS, foi convidado de honra da sessão evocativa do 25 de abril. “Para mim, o 25 de abril é dos dias mais felizes da minha vida”, disse emocionado, depois de recordar a privação da liberdade a que esteve sujeito, as perseguições e as marcas da sua infância em Oliveira do Hospital.

(Em atualização)

Sessão solene evocativa do 25 de abril 

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