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Oliveira do Hospital quer dar possibilidade aos refugiados de “reconstruírem as suas vidas e de serem felizes”

Depois da chegada de uma família ucraniana a Oliveira do Hospital, o concelho acolheu, na segunda feira, um grupo de 15 refugiados no Centro de Acolhimento de Travanca de Lagos. O momento é de “receber e tratar bem” as pessoas e “dar-lhes oportunidade de reconstruírem as suas vidas e de serem felizes em Oliveira do Hospital”.

Assim entende o presidente da Câmara Municipal, José Francisco Rolo, que em entrevista à Rádio Boa Nova condenou a guerra na Ucrânia, de que “ninguém precisa” e que “basicamente é uma irracionalidade”. O autarca recorda que, desde o início, deu conta da disponibilidade do Município para acolher refugiados junto do Governo e da Embaixada da Ucrânia, processo que foi tratado com a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra e o Alto Comissariado para as Migrações.

Nesse sentido, o primeiro grupo de 15 pessoas foi acolhido no Centro de Acolhimento Temporário de Travanca de Lagos. “São oito adultos, quatro crianças e tens jovens. Três são cidadãos isolados e quatro famílias, uma delas é um casal sem filhos. São pessoas com determinado nível cultural e capacidade técnica”, referiu José Francisco Rolo, explicando que nesta primeira fase, o grupo está a ser acompanhado pelo Gabinete de Ação Social do Município, Junta de Freguesia de Travanca de Lagos e IPSS local e vai contar com o apoio da rede de IPSS do concelho. O acolhimento, orientado pela vereadora Graça Silva, contou com o apoio de duas cidadãs ucranianas em Oliveira do Hospital no processo de tradução. Ainda hoje terá lugar uma reunião do grupo coordenador de acolhimento a refugiados no concelho que envolve a Câmara Municipal, Ação Social, Centro de Emprego e o Centro de Saúde.

“Ansiosos” à chegada, os 15 refugiados tiveram direito a “um acolhimento digno e amistoso”. “À noite vieram jantar à cidade e está a ser elaborado um plano para que possam conhecer a comunidade”, contou o autarca oliveirense.

Esta é “a fase da estabilização, acompanhamento psicológico e de saúde. Há um tempo de estabilização emocional”, explica. Segue-se, depois, o processo de formativo de domínio da língua, de autonomização nas habitações que já foram “gentilmente cedidas” e a fase de “direcionar as pessoas para atividades laborais adequadas às suas competências”. “ Há disponibilidade de vários empregadores para integrar estas pessoas”, avançou José Francisco Rolo, notando que também as crianças e jovens serão integrados na Escola.

À Rádio Boa Nova, o autarca reiterou que o Município tem capacidade para acolher até 60 refugiados, mas o objetivo é “fazer as coisas bem feitas” e proporcionar um “acolhimento com humanismo, respeito e dignidade”. “Depois de tratarmos deste grupo, teremos outra experiência para acolher outro grupo e integrá-lo na comunidade oliveirense”, referiu, notando que o plano de acolhimento de refugiados no concelho está a ser estruturado com o Alto Comissariado para as Migrações.

Nesta altura, o responsável, apela aos cidadãos que possam dispor de habitação para refugiados, para que contactem a Câmara Municipal, no sentido de serem verificadas as condições de acolhimento.

O objetivo é “dar possibilidade às pessoas de reconstruírem as suas vidas e de serem felizes em Oliveira do Hospital”. “É a fase e receber bem e tratar bem”, defende o autarca, assegurando que o Município vai manter as políticas de apoio à população mais vulnerável.

José Francisco Rolo recorda que o concelho “já foi beneficiário de solidariedade”, pelo que, agora, “deve ter capacidade de responder com humanismo”.

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