Site icon Rádio Boa Nova

Oliveira do Hospital mostra “cartão vermelho” à violência doméstica

O Município de Oliveira do Hospital inaugurou, ontem, nos Paços do Concelho, a exposição “Mostra o Cartão Vermelho à Violência Doméstica,…

…a propósito do dia Municipal para a Igualdade, que reúne fotografias de figuras públicas a mostrar “cartão vermelho” a este tipo de violência.

Na ocasião, José Carlos Alexandrino, presidente do Município oliveirense, referiu que se trata de uma exposição com um forte “simbolismo” e que pretende sensibilizar para este problema que é “muito difícil de combater”. “É um trabalho de vizinhos, da sociedade em geral, dos autarcas, dos políticos. É um trabalho coletivo para que nós tenhamos um país onde não haja um número de mortes muito elevado”, afirmou o autarca.

José Francisco Rolo, vice-presidente da autarquia e responsável pelo pelouro da Ação Social, afirmou que este mês “dedicado à causa das várias igualdades e chamando a atenção para as desigualdades”, representa uma preocupação com “dois fenómenos: a violência no namoro e a violência doméstica”. “O Município está implicado a 100 por cento neste processo. Somos parte ativa e queremos envolver as escolas, organizações da sociedade civil, a rede social e o setor da saúde”, disse.

Com o lema de “sair para a rua com este problema”, promovendo a proximidade com as pessoas, o responsável salienta que “83 por cento das mortes são no espaço doméstico”, reforçando que a ideia de que a exposição é de “confrontação”. “As pessoas olham, percorrem e os rostos não ficam felizes. Isso quer dizer que algo está a mudar no interior das pessoas”, afirmou.

Relativamente ao debate, decorrido na tarde de ontem, acerca da violência doméstica, José Francisco Rolo destacou a presença de “muita gente jovem” com um “grande nível de participação”. “O grande resultado daquele debate foi os jovens terem tomado a dianteira e estarem sempre na linha da frente das questões”, explicou. No decorrer do debate, Sílvia Pereira, da instituição ANIMAR e responsável pela moderação, deu conta de que “uma estatística assustadora” revela que “dos 100 por cento de situações de suspeita de violência, 85 por cento são processos que ficam arquivados”. Ao ressaltar que a violência doméstica é um crime público desde 2000, Sílvia Pereira revela que “desde 2004, quase 500 mulheres foram assassinadas e outras tantas foram alvo de tentativa de homicídio”.

O vice-presidente realçou, ainda, o trabalho desempenhado pelo Município que tem sido “inclusivo” e tem mostrado “preocupação com estas questões”. “É um Município que quer combater a violência doméstica e criar todas as condições para reabilitar as vítimas”, referiu, dando conta de que se trata de “responsabilidade social”. José Francisco Rolo fez questão de lembrar que “não é só neste mês que a equipa trabalha” pois há um trabalho “no resto do ano”.

A comemoração do Dia Municipal para a Igualdade culminou com uma largada de balões noturna no Largo Ribeiro do Amaral, no âmbito do programa mOHve-te Verão 2018.

Exit mobile version