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Oliveira do Hospital estuda possibilidade de gestão supramunicipal da água “em baixa”

Cinco municípios da região, entre os quais Oliveira do Hospital, estão a estudar a possibilidade de criação de uma empresa supramunicipal com vista à gestão conjunta da água “em baixa”.

A primeira reunião de trabalho aconteceu esta semana em Oliveira do Hospital com a presença do secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, de quem partiu o repto.

Até ao final do ano deverá ficar definida a estrutura da empresa supramunicipal que, numa fase inicial, já colhe o interesse dos municípios de Oliveira do Hospital, Seia, Gouveia, Fornos de Algodres e Celorico da Beira. O objetivo, como explicou o secretário de Estado do Ambiente, é de resolução dos problemas da gestão da água em baixa, com ganhos de escala e dimensão e assim potenciar a redução dos custos às autarquias e tarifas aplicadas aos munícipes. Em Oliveira do Hospital, Carlos Martins, notou que Portugal “tem cerca de 160 municípios com menos de 20 mil habitantes” e, por isso, com “escala pouco adequada para as exigências de natureza técnica e de intensidade económico-financeira”. Espera o governante que “esta semente” sirva de exemplo a outros municípios, com o objetivo de “concretizar escala supramunicipal para gestão da água, próxima dos 80 mil habitantes”. Carlos Martins quer assim atingir “coesão regional” que envolva os municípios, potenciando-os com “mais capacidade, know how e mão de obra”.

Para já, os cinco municípios envolvidos identificam as mais valias de uma futura participação, sendo que, antes da decisão final, terão lugar estudos vários. Num primeiro momento, José Carlos Alexandrino, presidente da Câmara de Oliveira do Hospital nota que, desta forma, os municípios estão a “antecipar e a desafiar o futuro”. Nota, porém, que Oliveira do Hospital tem feito um bom trabalho na valorização da água, contando com níveis muito elevados de qualidade, pese embora os constrangimentos tidos até aqui com a empresa Águas do Zêzere e Côa, agora Águas de Lisboa e Vale do Tejo. Ainda assim, entende que “se tivermos escala responderemos melhor e teremos melhores tarifas”.

Filipe Camelo, autarca de Seia, nota que o seu objetivo é de “encontrar a eficiência e eficácia que por vezes não existiu e tem trazido desadequação entre custos e receitas”. “A ideia é conseguir ganhos de escala. Com certeza que encontremos a soluções”, registou.

É também com vista a uma “solução mais adequada, que possa conduzir a melhores níveis de qualidade de vida e redução de custos até para as empresas”, que Luís Tadeu, autarca de Gouveia, iniciou esta ronda de reuniões de trabalho.

José Francisco Monteiro, presidente da Câmara Municipal de Celorico da Beira manifestou interesse no projeto. Ao contrário do que se verifica em Oliveira do Hospital, o autarca notou que Celorico está “muito atrasado” em matéria de qualidade de água e tratamento de efluentes. “Estamos muito mal”, referiu.

É sobretudo a pensar na redução dos custos que Manuel Fonseca, autarca de Fornos de Algodres, acedeu ao repto do secretário de Estado do Ambiente. “Vejo vantagem na racionalização de custos para que fique mais alguma coisa para os munícipes. Vejo com agrado esta iniciativa”, registou ao autarca.

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