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Oliveira do Hospital com incidência de 130 casos por 100 mil habitantes. Especialista apela à “supressão de contactos”

O concelho de Oliveira do Hospital conta, agora, com uma taxa de incidência da Covid-19 de 130 casos por 100 mil habitantes. Carlos Antunes alerta para o “crescimento exponencial” e apela aos oliveirenses para que evitem os contactos, para travar a variante Delta, que é 140 vezes mais contagiosa do que a variante inicial.

No habitual espaço de análise à pandemia Covid-19, realizado esta tarde na Rádio Boa Nova, o professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa constatou que o concelho passou de uma taxa de incidência de 40 para 130 casos por 100 mil habitantes, assistindo-se assim a um “crescimento exponencial”. Atendendo ao momento atual, em que “a testagem já não está a ser solução para conter a incidência”, é preciso “atacar na supressão de contactos”. “Temos que reduzir os contactos que cada um tem e não estar à espera que o Governo ou Câmara Municipal apliquem no terreno uma medida, porque esta é uma onda que se propaga mais rapidamente. A variante é 140 vezes mais transmissível do que a variante anterior”, avisou o especialista.

Na Rádio Boa Nova, Carlos Antunes comparou a evolução atual da pandemia ao comportamento de um grande incêndio, semelhante ao que ocorreu em Outubro de 2017 no concelho, chamando a atenção para a atuação tardia dos decisores. “Vamos atuar só mesmo depois de termos um grande incêndio à nossa volta, quando podíamos atacar e dominar o incêndio logo à partida e anulá-lo? Pela terceira vez, estamos a cometer o mesmo erro, é um déjà-vu, porque já alertámos para isto em novembro, em dezembro, em janeiro e estamos novamente a alertar”, observou Carlos Antunes.

No entender do especialista a vacinação não está a conseguir evitar “uma quarta vaga” da pandemia, porque “o ritmo de vacinação é muito mais lento, do que o ritmo de uma variante, que é 140 por cento mais transmissível do que a variante original”.

“São fenómenos dinâmicos e não lineares que podem, de um momento para o outro explodir. Lembram-se de outubro de 2017, em que algo que antes levava muito tempo a chegar ao pé de nós, em poucas horas (o incêndio) passou dezenas e dezenas de quilómetros? A variante Delta é 60 por cento mais transmissível do que a variante Alfa e esta já era 50 por cento mais transmissível do que a variante comum. O que quer dizer que  a carga viral, que se desenvolve no nosso trato respiratório, é dezenas de vezes superior”.

O especialista apela, por isso, ao “reforço” proteção individual, com uso da máscara, “especialmente com máscaras de elevada proteção, elevada eficácia, que são as FP2”.

No dia em que Portugal registou , nas últimas 24 horas, mais 2436 novos casos e sete óbitos, com subida das taxas de incidência e de transmissibilidade, Carlos Antunes  verifica que o país está “ num ponto de inflexão, para passar para um crescimento extremamente exponencial”. Destacou o caso da região Norte do país que “estava estável nos 150 casos dia e disparou para os 500 casos, com o Rt acima de qualquer região e com capacidade de duplicar a cada seis ou sete dias”. “A região Centro está com Rt acima de 1,3 com duplicação de casos a cada 8 dias, com incidência de 109 casos, em termos médios estará nos 200 casos diários. O país está todo numa situação idêntica”, disse o especialista.

Confira no vídeo em baixo a análise completa:

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