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Oliveira do Hospital celebra os 50 anos do 25 de Abril. “Celebrar Abril é corrigir as desigualdades sociais”

O Município de Oliveira do Hospital celebrou os 50 anos do 25 de Abril com uma sessão solene, onde discursaram os vários partidos com representação na Assembleia Municipal.

Presidente da Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino parabenizou a autarquia oliveirense “por recordar abril”. Mostrou-se satisfeito pelo facto de, este ano, a efeméride estar a ser “vivida de forma diferente, com mais atividades e mais dinâmica”. Na opinião do ex-deputado da nação e ex-autarca de Oliveira do Hospital, nos últimos 50 anos “o país foi-se desenvolvendo e as conquistas foram muitas”. Contudo, ressalvou que “a democracia não resolveu todos os problemas”. “Enquanto tivermos um pobre, não teremos uma democracia plena”, afirmou. No caso concreto do concelho, Alexandrino destacou a “saúde débil” e o “IC6 inacabado” como problemas a solucionar.

A representar a CDU, João Abreu, recordou o 25 de abril de 1974 como data histórica que “libertou o povo de uma ditadura fascista”. Visivelmente emocionado, o autarca da freguesia de Meruge, lembrou “quem deu tudo, incluindo a própria vida” para hoje vivermos em democracia. “Lembremos a coragem dos Capitães de Abril. Que permitiram a constituição de partidos políticos, o direito à greve, o Salário Mínimo Nacional, a reforma, o Serviço Nacional de Saúde e o direito ao ensino”. Para João Abreu, “Abril abriu caminho para a promoção da paz, da solidariedade e amizade entre povos”. A celebrar 50 anos da Revolução dos Cravos, o autarca alertou para a necessidade de “garantir melhores condições aos jovens, de reforçar o SNS, a habitação, reverter a imigração forçada”, combatendo também a corrupção.

Por sua vez, Sara Marques, do CDS, refletiu acerca do 25 de abril pensando no futuro dos jovens. Com 18 anos, Sara defendeu que “a democracia é uma árvore que precisa de ser cuidada por todos nós”. “Cabe-nos a nós honrar o passado. A democracia não tem cor e quer-se livre”, disse. Na sua intervenção, a jovem lamentou que o interior continue a ser “injustiçado face aos grandes centros urbanos”. “Que façamos diferente. Podemos lutar por um país mais livre, mais justo e mais próspero para todos”, afirmou.

Do lado do PSD, Francisco Rodrigues recordou “o povo reprimido e o país isolado do resto do mundo” antes de 1974, quando “saíram à rua a gritar por liberdade”. Elogiou o papel preponderante dos Capitães de Abril que “devolveram ao povo português a alegria de ter liberdade e viver em democracia”. O vereador da Câmara Municipal destacou a melhoria da qualidade de vida desde então. “Cinquenta anos depois, gerámos imenso progresso, criámos infraestruturas” num “país moderno competitivo”. Sem “esquecer o que éramos antes do 25 de abril”, a data “interpela-nos” para dar aos jovens “um futuro com oportunidades, sem amarras”.

A representar o PS, António Campos lançou duras críticas à extrema direita, ainda que não pronunciasse nomes de partidos. “Hoje, há uma central organizada contra a liberdade instalada em Portugal. Que utiliza palavras mansas e fala para ignorantes para destruir instituições democráticas. Como é possível um país que tanto sofreu, com tantas mortes para conquistar a liberdade. A extrema direita só vive no caos e só assim, no caos, é que quer chegar ao poder”. Para o socialista que “sentiu o que era viver num país de miséria” e que foi preso, “evoluímos em tudo mas não evoluímos a mentalidade”. Incentivou os jovens a “gozar da liberdade que foi duramente conquistada”e afirmou que “defender o 25 de abril exige responsabilidade”. Mas que se faça “com atitudes e ações e não com palavras”.

Terminadas as intervenções dos representantes dos diferentes partidos, José Francisco Rolo começou por recordar onde estava há 50 anos. “Filho de abril e da escola de abril”, o autarca de Oliveira do Hospital afirmou que “viver abril é homenagear todos os que se sacrificaram pela liberdade” e que “lutaram contra 48 anos de censura e de opressão”. “Celebrar abril é um trabalho diário”, sublinhou. “Orgulhoso” por viver “num concelho em franco desenvolvimento” onde se defende a saúde, a educação e a habitação, “os alicerces da democracia”, José Francisco Rolo garantiu que, em Oliveira do Hospital, “não se deixa ninguém para trás”. O presidente do Município avançou que o concelho está a ser “cada vez mais procurado por cidadãos que vêm de toda a parte do Mundo à procura de paz”. Prova disso é que, nos dias de hoje, as escolas de Oliveira do Hospital “integram crianças de famílias de 25 nacionalidades diferentes”. “Por isso somos um Município amigo das famílias e que apoia os mais vulneráveis”, justificou, defendendo que “celebrar abril é corrigir as desigualdades sociais”.

Antes da cerimónia, as bandeiras dos Paços do Município foram hasteadas ao som do Hino Nacional, interpretado pelo coro da Associação Sons da Arte, ao compasso da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital.

Na sessão solene, os momentos musicais foram protagonizados por David Oliveira e Luís Antero.

Os oliveirenses Álvaro Assunção e Lucinda Maria declamaram poemas alusivos à efeméride.

Veja aqui os principais momentos.

A cerimónia faz parte de uma vasta programação que pode conferir aqui.

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