O Município de Oliveira do Hospital assinou, ontem à tarde, o auto de consignação com a empresa Fonseca & Fonseca, para a construção do futuro Campus Educativo na cidade oliveirense estimado em 6,5 milhões de Euros.
O projeto, que foi apresentado pelo arquiteto João Santos, visa a construção de “uma unidade escolar das maiores que foram construídas no país”, numa área de construção com cerca de seis mil metros quadrados” e que só tem paralelo com o Centro Escolar de Mortágua.
“A nova área situa-se em frente ao núcleo escolar. Houve necessidade de fazer um desenho de reestruturação do tráfego e criar bolsas de estacionamento para resolver necessidades do centro educativo, mas também algumas carências que tinham sido detetadas na estrutura existente”, explicou o arquiteto responsável pelo projeto de construção.
O futuro Campus Educativo, que acolherá alunos do pré-escolar e 1º ciclo tem prazo de execução de 18 meses e, na opinião do presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital chega “demasiado tarde”. José Carlos Alexandrino explicou que só agora foi possível avançar com a obra, porque até então não possível aceder aos fundos comunitários, já que a requalificação da EB,1 levada a cabo pelo executivo anterior à sua chegada ao Município, já tinha sido financiada. O autarca oliveirense agradeceu, ontem, o apoio que foi dado pela agora Ministra da Coesão Territorial e ex-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa e pela atual presidente da CCDRC, Isabel Damasceno, no sentido de a construção do Campus Educativo contar com financiamento. “Não quero julgar o passado. Estou cá há 11 anos e a obra nunca foi feita, porque como tinha sido comparticipada não foi possível arranjar financiamento”, explicou o autarca.
Na presidência do Município oliveirense pelo terceiro mandato consecutivo, Alexandrino está em crer que a construção do Campus Educativo “será de longe a obra de maior volume financeiro que se realiza em Oliveira do Hospital, em todos os tempos”.
A construção do Campus Educativo e beneficiação das vias de comunicação envolventes tem um investimento associado de cerca de 6,5 milhões de Euros, sendo que o Município “vai ter um esforço municipal de dois milhões, o que é significativo para um orçamento do Município entre os 20 e os 22 milhões de Euros”.
O objetivo, garante o autarca, é criar “uma escola moderna, onde os nossos alunos tenham as melhores condições de aprendizagem e em segurança”. “Também será requalificado todo aquele trânsito. Haverá uma nova centralidade de Oliveira do Hospital”, afirmou, verificando que “pela primeira vez se planificou a cidade de como um todo” e numa visão “a 30 anos”.
No processo destinado à construção do Campus Educativo, José Carlos Alexandrino valorizou a boa colaboração da família Homem de Melo que proporcionou a venda dos terrenos por um valor “quase simbólico”, possibilitando a criação de uma avenida que ligará à Zona Industrial de Oliveira do Hospital.
A obra vai ser construída pela empresa Fonseca & Fonseca tal como resultou de concurso público. Ontem, o autarca mostrou-se “feliz” por ser uma empresa de Oliveira do Hospital a realizar a obra. “O fundador da empresa esteja onde estiver está contente por ser a empresa dele que vai fazer a maior obra em Oliveira do Hospital”, frisou, aludindo assim ao falecido empresário oliveirense conhecido por todos como “Neca Areias”. O auto de consignação foi assinado por José Carlos Alexandrino e a filha do empresário e responsável pela Fonseca & Fonseca, Verónica Fonseca Lagos.
Ontem, José Carlos Alexandrino mostrou-se esperançoso de que a construção das avenidas que estão projetadas venha a ter apoio do quadro comunitário no âmbito do “programa de Recuperação e Resiliência”. “Acreditamos que algum há-de cá chegar para estas obras se concretizarem e diminuir o esforço financeiro da Câmara Municipal”, frisou.
No seu último mandato autárquico, José Carlos Alexandrino sabe que a obra já não será inaugurada por si, mas notou que o “importante” é que o Campus Educativo vai servir os alunos do concelho.
Ontem o autarca oliveirense reiterou a ideia de converter a atual EB1 da cidade na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital.
