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“O paradigma da doença mudou. O cancro já não é sinónimo de morte”

Foi ontem apresentado o projeto “Dou Mais Tempo à Vida” pela prevenção do cancro em Oliveira do Hospital, cujo objetivo é “informar e sensibilizar” a comunidade e que já conta com o envolvimento de cerca de 350 pessoas no concelho.

Na ocasião, Vítor Rodrigues, presidente da direção do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro, referiu que o “paradigma da doença mudou brutalmente” e que “há vinte ou trinta anos praticamente ninguém falava de cancro e o cancro era sinónimo de morte”. Defendendo que “a situação mudou”, o responsável acredita que a “doença já não é sinónimo de morte”, realçando que o papel da Liga incide na “mudança de comportamentos, no diagnóstico precoce e no acompanhamento das pessoas”.

José Carlos Alexandrino, presidente do Município oliveirense, que ali apresentou o seu próprio testemunho, fez questão de referir que, desde que lidera o concelho, “a Câmara Municipal atribui uma verba por ano para o peditório anual da Liga Portuguesa Contra o Cancro”. Orgulhoso da tamanha solidariedade característica dos oliveirenses, o autarca defendeu que apesar de “divergências e ideias diferentes, quando chega a hora de nos unirmos, somos um grande povo”. “Este projeto é muito importante”, afirmou, realçando que “nós próprios podemos ser os agentes dessa transformação de mentalidades”. “Nós não podemos resignar em encarar o cancro como uma fatalidade. Seremos felizes um dia quando ninguém morrer desta doença”, concluiu.

Coordenadora do Projeto, Vera Durão mostrou-se feliz pela forte adesão à iniciativa que já conta com a constituição de 31 equipas até ao momento. Segundo a responsável, “Dou Mais Tempo à Vida” é um projeto que “nasceu em 2014 e que já foi implementado em diferentes concelhos da região Centro”. O projeto de “intervenção comunitária”, agora em Oliveira do Hospital, terminará no dia 30 de junho e, durante os próximos três meses, as equipas vão organizar iniciativas com o objetivo de “informar, sensibilizar e angariar fundos”.

Na sessão de abertura, Vera Durão explicou que o “Dou Mais Tempo à Vida” “visa essencialmente promover a educação para a saúde e a prevenção do cancro”, que se traduz “no desenvolvimento de diversas atividades para mobilizar o indivíduo e a comunidade”. “O projeto é desenvolvido tendo por base três grandes metas: saber, agir e sorrir”, disse.

A parte mais teórica coube a Marta Pereira, médica hematologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, que explicou o que é o cancro e os vários tipos desta doença, assim como as suas causas. A médica começou por explicar que “para nos formarmos enquanto pessoas é preciso que aconteça uma série de fenómenos a nível das células”. Em suma, esclareceu que o problema é quando “as células se multiplicam de mais, quando se deixam de tornar diferentes, acumulam-se muitas delas iguais ou quando deixam de saber morrer quando deviam”.

Luísa Miranda, coordenadora do grupo de voluntariado comunitário da Liga Portuguesa Contra o Cancro de Oliveira do Hospital e organizadora do projeto, afirmou que a maior recompensa em integrar em iniciativas destas é “ajudar a ultrapassar a fase mais difícil da vida de cada um”.

A sessão contou ainda com as intervenções de Sónia Veloso e Isabel Casaleiro, também responsáveis pelo projeto, com a última a dar o seu testemunho na luta contra o cancro.

Na cerimónia que teve lugar no Salão Nobre dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital foi apresentada a Comissão Organizadora do “Dou Mais Tempo à Vida”, assim como as equipas formadas até à data.

A iniciativa contou com a participação musical de Ensemble Domingos Joanes.

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