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“O número de animais abandonados supera o número de adoções”

 O abandono de animais continua a ser uma realidade que os Serviços Veterinários Municipais de Oliveira do Hospital (SVMOH) têm constatado. “Temos muitos mais cães para serem adotados do que pessoas interessadas em adotar”, garante Pedro Couceiro, médico veterinário dos serviços municipais.

Em entrevista à Rádio Boa Nova, Pedro Couceiro explicou que “a grande vocação do canil municipal é recolher animais errantes, que não tenham dono e que foram abandonados”. Feita essa captura, os SVMOH “organizam um processo no sentido de virem a ser adotados”. “Infelizmente, a procura não tem nada a ver com a oferta”, constata, com esperança de que “ao longo dos próximos tempos esta proporção se consiga inverter”.

De acordo com o responsável, quando os serviços encontram um cão, “a primeira coisa a fazer é verificar se está identificado, se tem ou não proprietário, através da identificação eletrónica, mais conhecida por “chip”. “Se o animal tiver chip há uma segunda fase que é ver se o dono o registou na base de dados. Se tudo foi feito legalmente chegamos facilmente ao contacto do proprietário e depois temos que averiguar a situação, para perceber se o animal em questão foi abandonado ou apenas está perdido”, explicou Pedro Couceiro.

À Rádio Boa Nova, o técnico veterinário Rui Amaral adiantou que no atual período em que o país tenta combater a pandemia da Covid-19 se regista um aumento de abandonos. Contudo, também há um aumento do número de adoções. De acordo com o responsável, “nos últimos dois meses a adoção superou as expectativas e houve muita procura de animais”, adiantando que em março foram adotados 13 cães e em abril 11. Por outro lado, só no mês de abril foram recolhidos 20 animais da rua.

“Já nos foram entregues animais em que os donos alegaram carência económica”, contou Rui Amaral. Por outro lado, Pedro Couceiro acredita “que haja casos pontuais que, com esta questão da pandemia, tenham alguma dificuldade em ter os cães”, contudo tem a “convicção absoluta de que não é isso que está a originar o grande número de abandonos”.

À Rádio Boa Nova, os responsáveis explicaram o processo de adoção, em que “qualquer pessoa que queira adotar tem de se identificar e fornecer os seus dados pessoais”. Posteriormente, “o animal fica com chip registado”. “Se amanhã, o cão da pessoa que adotou hoje for capturado, será chamada aos serviços s temos que chamar as forças policiais e mover um processo contra essa pessoa”, explicou o médico veterinário.

Hoje em dia, todos os animais do canil são registados eletronicamente na base de dados nacional SIAC- Sistema de Informação de Animais de Companhia. De referir que o Município de Oliveira do Hospital patrocina, de forma gratuita, a vacina antirrábica e a identificação eletrónica e o animal segue para a casa dos adotantes desparasitado. “Os animais todos os dias são submetidos a um check-up”, garantiu Rui Amaral.

No que diz respeito à questão da esterilização, Pedro Couceiro referiu que está a ser estudado esse processo com a Câmara Municipal que está “quase em vias de resolução”.

O canil de Oliveira do Hospital encontra-se na Zona Industrial em “instalações provisórias” cedidas pelo Município. De acordo com os responsáveis, a Câmara Municipal “está a estudar a melhor maneira”, podendo falar-se na hipótese de criar um canil intermunicipal “com alguns municípios que integram a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra”.

“Consciência” é a palavra-chave para quem queira adotar. Pedro Couceiro apela às pessoas que “encarem os animais como seres vivos” e que se lembrem que “o abandono e os maus-tratos é crime”. “Depois é tudo uma questão de bom senso. As pessoas se gostam de ter cães, não precisam de comprar. Não é preciso ter um cão de raça. Podem vir ao canil. Temos aqui vários tipos de cães, de várias estaturas”, afirmou.

Adote um amigo para a vida! Saiba mais na página do facebook dos SVMOH ou através do contacto 969 850 546.

Oiça a entrevista na íntegra »»»»

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