A Casa da Cultura voltou a ser tema da última Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital. Para a oposição (PSD/ CDS-PP), não ter o espaço pronto “corta o acesso à cultura rotineira” e quebra “as expectativas dos jovens”. Para a maioria eleita (PS), “tão ou mais importante que ter Casa da Cultura é ter agentes culturais vivos, com qualidade”.
O assunto foi levado ao Salão Nobre da Câmara Municipal pelo jovem deputado Rodrigo Marques (PSD/ CDS-PP) que solicitou ao presidente do Município “um ponto de situação” relativamente às obras de remodelação da Casa da Cultura. “Continuamos sem respostas”, recordando que a obra deveria estar concluída em 20217. Para o deputado, o facto de o espaço ainda não estar operacional, “corta o acesso à cultura rotineira”, quebrando “as expectativas dos jovens”. Também João Brito (PSD/ CDS-PP) quis saber “a data de inauguração da obra”.
Na sua intervenção, João Abreu, presidente da Junta de Freguesia de Meruge (CDU), logo afirmou que “a cultura não se faz apenas dentro de uma sala de espetáculos”, dando conta das inúmeras atividades levadas a cabo pela freguesia que preside e que decorreram em vários espaços da localidade.
Do lado do PS, Carlos Maia, presidente da UF de Ervedal e Vila Franca da Beira, e o deputado Rui Monteiro acusaram Rodrigo Marques de “andar distraído”. “O concelho está cheio de iniciativas culturais. Não há Casa da Cultura, mas a cultura não parou em Oliveira do Hospital”, defendeu Carlos Maia. Rui Monteiro partilhou da mesma opinião, afirmando que “tão ou mais importante que ter Casa da Cultura é ter agentes culturais vivos, com qualidade, como temos em Oliveira do Hospital”. O deputado socialista sublinhou que “cultura não é só Casa da Cultura”.
No momento de intervir e responder aos deputados, José Francisco Rolo, presidente do Município oliveirense, lamentou “a política do bota abaixo e de falar mal pela qual a oposição optou”. “Todos queremos a obra concluída”, disse, adiantando que o prazo de execução é de 28 de julho. Segundo o autarca, o projeto está com “90% de taxa de execução” e, por isso”, “falta pouco para concluir”.
“Tem sido um trabalho intenso para resolver os problemas, mas o que falta não depende exclusivamente da Câmara Municipal e do empreiteiro”, referiu, dando como exemplo alguns pormenores que têm de ser executados pela E-Redes. Já na última reunião pública, tinha dado conta da falta de materiais para aplicação, “nomeadamente de material vinílico” que esteva a atrasar a obra.
Perante a bancada, José Francisco Rolo afirmou que “em Oliveira do Hospital podemos não ter Casa da Cultura, mas temos certamente uma grande e diversificada oferta cultural que se deve à Câmara Municipal, que mobiliza os agentes culturais para ter programação durante todo o ano”.
Recordou que “este executivo apresentou um programa político antes de ir a sufrágio”. “Àqueles que nos cobram um hipotético programa, não lhes é conhecido programa nem compromisso nenhum”, lamentou.
Em resposta a Rodrigo Marques, o presidente não hesitou em afirmar: “Não o tenho visto nas iniciativas desportivas e culturais. Critica, diz que não há, mas não aparece nesses eventos”.