O Museu do Azeite celebrou, hoje, o seu terceiro aniversário com o objetivo de se tornar “marca na região e no país”.
A esta altura, o espaço criado e inaugurado em 2019 pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, faz “um balanço curto”, na medida em que “trabalhou a sério apenas durante um ano”, em consequência da Covid-19.
Ainda assim, Alexandra Dias, diretora do museu, não baixou os braços e o projeto “conseguiu dar a volta por cima”. “Hoje é muito satisfatório estar a celebrar o terceiro aniversário, porque é sinal que sobrevivemos a estes dois anos”, afirmou, considerando “notória” a diferença de visitantes no ano de inauguração e nos anos seguintes.
A diretora salientou que o museu dispõe de “atividades para todas as faixa etárias” e conta com o conceituado restaurante Olea, com vista para a Serra da Estrela.
Sem precisar o número total de visitas, a responsável garante que, ao longo dos três anos, já passaram mais de seis mil pessoas por este “espólio” dedicado ao azeite, na Bobadela, concelho de Oliveira do Hospital.
“Trabalhamos muito com escolas, universidades e excursões. Os mais novos têm a experiência no fabrico de manteiga de azeite. Os jovens são desafiados a responder um quiz sobre o museu e os adultos são presenteados com uma prova de azeite na loja do museu. De Novembro a Janeiro, os visitantes têm o privilégio de assistir à produção do produto em tempo real”, adiantou.
Segundo a responsável, o museu conta a história do azeite, “desde a sua produção na época dos romanos até à época contemporânea, já com recurso à eletricidade”.
Com a equipa “a crescer”, Alexandra Dias espera “o melhor” para o futuro do projeto que, para além da pandemia, já teme o efeito da guerra com a redução de excursões devido ao aumento dos combustíveis.
O Museu do Azeite é, assim, o projeto de vida do seu fundador António Dias, pai de Alexandra, que faz um “balanço positivo” dos três anos de atividade. Espera, ainda assim, “por dias melhores”. O sentimento é de “orgulho” pelo espólio que reuniu num espaço que considera “único”. Apesar das adversidades da pandemia e da guerra, o fundador acredita que o projeto “tem pernas para andar”.
Oferecida peça ao Museu em dia de aniversário
O terceiro aniversário do museu ficou ainda marcado pela oferta de uma peça usada no contrabando do azeite na 2ª Guerra Mundial. O objeto “histórico” era usado por pai de Ana Ferreira que se deslocou de Lisboa para enriquecer o Museu do Azeite. Segundo a própria, “antigamente o azeite era escasso e muito precioso e usavam esta relíquia para o transportar”. Ana Ferreira, que viu o seu pai partir em 2019, quis desta forma homenageá-lo com a cedência da peça a um espaço dedicado ao azeite.