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Mural recorda tragédia de 15 de outubro de 2017

O dia 15 de outubro de 2017 é uma data que ficará, para sempre, marcada na memória dos oliveirenses. O dia em que o medo se instalou ao verem o concelho a ser consumido pelas chamas. O grande incêndio devastou 97 por cento da floresta, destruiu casas e empresas, matou animais e tirou a vida a 13 pessoas. Agora, a memória desse dia estará também patente num mural que impressiona, pela sua dimensão, pelas cores e pela mensagem que transmite.

Na torre da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital, numa área de 320 metros quadrados, é bem visível o retrato do inferno, mas também o da esperança. Trata-se do projeto vencedor do Orçamento Participativo Jovem de 2022 promovido pelo Município de Oliveira do Hospital, que foi proposto pela Associação Juvenil da corporação de bombeiros oliveirense.

Com um orçamento de 10 mil euros, a associação achou por bem espelhar o 15 de outubro de 2017 nas paredes do quartel. Segundo a Associação Humanitária, «um grupo de jovens deixou bem vincado o objetivo da elaboração de um grafitti relacionado com os incêndios de 2017». Ainda de acordo com a corporação, “este memorial visa reconhecer e saudar o trabalho feito pelos soldados da paz, não só neste dia como em todos os dias do ano, e ainda homenagear todos aqueles que foram vítimas deste trágico dia”. Por outro lado, passar a mensagem de que “depois da tempestade vem a bonança”.

Mafalda Gonçalves é a artista urbana responsável pelo projeto. Iniciou a pintura do mural no passado dia 17 de abril e não fossem os dias de chuva e com humidade acima de 95 por cento, o trabalho já estaria concluído há mais tempo. Pela sua dimensão, localização e mensagem que tem associada, o mural tem impressionado por quem ali passa. “É uma homenagem às vítimas do incêndio de 15 de outubro de 2017. Ao mesmo tempo é uma homenagem ao trabalho desta e de outras corporações envolvidas”, explica a jovem artista em entrevista à Rádio Boa Nova. Numa das faces da torre, a que tem 16,4 metros, é evocada a «memória do incêndio, com as chamas”. A segunda face, a maior com 18,4 metros, “pretende transmitir uma mensagem de esperança e, por isso, uma criança a entregar uma flor ao bombeiro”.

A trabalhar em arte urbana desde 2022, Mafalda Gonçalves, formada em Desenho pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa, admite que é um trabalho que tem associada uma «carga emocional». A jovem artista, que gastou mais de 50 litros de tinta na obra de arte, tem 30 anos e é natural de Lisboa. Na sua ainda curta carreira como profissional de arte urbana, Mafalda Gonçalves tem trabalhos feitos «um pouco por Portugal inteiro», mas também em Espanha, Itália, Alemanha e Inglaterra.

O mural foi inaugurado este domingo.

José Francisco Rolo e José Carlos Alexandrino, presidente e ex-presidente da Câmara Municipal, respetivamente, foram unânimes em afirmar que há uma linha temporal: o antes e o depois do 15 de outubro de 2017.

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