As comemorações do 25 de abril realizadas, esta manhã em Tábua, ficaram marcadas pela defesa dos valores de abril e preocupação com a emergência do autoritarismo e extremismos. De cravo ao peito, os representantes dos partidos e movimentos independentes participaram na sessão que decorreu no Centro Cultural de Tábua e que foi seguida pela reunião da Assembleia Municipal.
Presidente da Assembleia Municipal de Tábua, eleito pelo Partido Socialista, Nuno Tavares apontou indicadores como o índice de pobreza e de exclusão social para interpelar sobre que sociedade é que está a ser construída. “A democracia só será plena quando houver igualdade de oportunidades”, observou o autarca que se opõe à subsidiodependência do Estado. E a fazer tremer os pilares da democracia, Nuno Tavares identifica o perigo dos extremismos e dos populismos. “O 25 de Abril não pode ter sido feito para isto”, considerou, garantindo que em Tábua os eleitos não só honram o passado, como constroem o futuro.
A representar o grupo municipal do PS na Assembleia Municipal, Olga Nunes também recordou as conquistas de abril. Volvidos 49 anos desde a revolução, a socialista verifica que “a liberdade e a democracia carecem de reforço constante”. Devemos estar sempre alertas para a emergência dos extremistas. Corremos o risco de um dia acordar na ditadura. Devemos proteger abril”, alertou Olga Nunes.
A considerar que “o legado do 25 de abril é incontestável”, a líder do grupo do PSD na Assembleia Municipal alertou, de igual modo, para a possibilidade de a democracia ser posta em causa por regimes totalitários. Membro do poder local, que foi uma conquista de abril, Paula Ribeiro considerou esta manhã que “o respeito pelos eleitos do poder político é uma palavra de ordem”. Afinal, “é bom festejar abril”, mas para a eleita “é melhor honrar abril”.
Os movimentos independentes vencedores nas últimas eleições autárquicas também tiveram voz na sessão comemorativa. João Nuno, presidente da União de Freguesias de Covas e Vila Nova de Oliveirinha, centrou-se no “D” da democratização para defender a melhoria do sistema educativo, porque “só cidadãos mais esclarecidos, liderados por políticos mais responsáveis podem melhorar espírito da democracia” . “Conhecimento é liberdade. Ignorância é escravidão”, parafraseou.
Para Rogério Manuel Lopes, presidente da Junta de Freguesia de Carapinha é importante fazer uma “reflexão sobre o passado, o presente e o futuro do 25 de abril”. O autarca mostrou-se sobretudo preocupado com os “graves problemas” na sociedade que estão a levar ao “afastamento dos eleitores em relação aos eleitos. “Reina a descrença sobre os políticos”, situação que pode levar a “populismos e radicalismos”, alertou o independente.
A citar Jorge Sampaio para defender “25 de Abril sempre”, o presidente da Câmara Municipal de Tábua sublinhou esta manhã a “obrigação de comemorar esta data digna, para mais, quando são postos em causa os valores de Abril”. “É indiscutível o salto qualitativo nas nossas comunidades impulsionado pelas autarquias locais”, afirmou Ricardo Cruz, destacando o poder local como umas das principais conquistas de Abril. Prova disso tem sido a “partilha de competências” com as Freguesias e Uniões de Freguesias, “acreditando que são capazes de fazer mais e melhor”. Do mesmo modo, Ricardo Cruz destacou a forma como o Município acolheu “de forma voluntária” as competências transferidas pelo Estado. “Cumprir Abril é também o assumir de responsabilidades e a incessante busca de esperança por um futuro melhor”. Salvaguardou que “a ética, o rigor e a transparência” serão um “marco indelével” do seu mandato.
As comemorações do 25 de abril em Tábua ficaram ainda marcadas pelo hastear da bandeira o edifício nos Paços do Município e a leitura de poemas de abril pela voz de Ana Teresa Sá no Centro Cultural de Tábua.