O Município de Penacova encontra-se a realizar intervenções de regularização fluvial nos rios Alva e Mondego, uma acção no âmbito da transição dos saldos de gerência do Fundo Ambiental e do protocolo celebrado entre este e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Em nota enviada à Rádio Boa Nova, a autarquia adianta que as intervenções foram financiadas ao abrigo do acordo referido num montante de cerca de 140 000 euros, destinados à realização de acções “urgentes e inadiáveis de regularização fluvial”.
Bastante afetado pelos incêndios de 2017, o concelho de Penacova, com uma área afetada de 59,00 Km2 e nefastas consequências para a população, infraestruturas e, nomeadamente, para a Bacia do Rio Alva, elaborou em estreita colaboração com a APA – ARH do Centro, um projeto em que foram identificadas as medidas de proteção dos recursos hídricos a implementar e a identificação dos locais/áreas de intervenção prioritária, de forma a garantir o escoamento das linhas de água, minimizar a erosão e o arrastamento dos solos, assegurando, simultaneamente, o uso genérico da linha de água, quer seja em termos de uso agrícola ou balnear.
Cardal, Lapa, Vimieiro, Vale da Chã e Cornicovo, foram os açudes alvo de reabilitação, na área geográfica do Concelho, tendo sofrido intervenções ao nível das condições biofísicas de suporte, procedendo-se à reparação dos rombos e fissuras existentes, incluindo juntas ou revestimentos no corpo dos açudes. Tendo como premissa base a missão do Fundo Ambiental, cujo objetivo é apoiar políticas ambientais para a prossecução dos objetivos do desenvolvimento sustentável, as intervenções foram realizadas com o objetivo de efetuar correções torrenciais, tendo como base a construção de pequenas obras de estabilização e correção das mesmas através do preenchimento de espaços com pedra de menor dimensão e cascalho, proveniente da regularização do leito do rio, materiais idênticos aos já existentes nos locais, sendo igualmente utilizada estacaria de madeira para travamento de forma organizada e bem compactada da bacia de dissipação.
A autarquia destaca, como uma das intervenções de maior relevo, a limpeza marginal dos locais, tendo-se efetuado a poda e desbaste de árvores ou arbustos das galerias ripícolas marginais e a remoção de vegetação e lenhas existentes no leito e margens. A limpeza da zona de banhos e da área envolvente e a reabilitação das condições biofísicas de suporte que garantem o escoamento das linhas de água, asseguram desta forma as melhores condições para quem usufrui destes locais como espaços de lazer.
Ambas as margens do Mondego, na zona envolvente à Pista de Pesca de Penacova, sofreram igualmente, intervenções de corte e remoção de material arbóreo e arbustivo, nomeadamente, de espécies exóticas e invasoras como a acácia, de vegetação espontânea como os silvados e de reposição/reabilitação da galeria ripícola através da plantação ou sementeira de espécies autóctones.