No próximo dia 7 de outubro, o Município de Oliveira do Hospital celebra o seu Feriado Municipal com a inauguração da “Requalificação e Refuncionalização do Colégio Brás Garcia de Mascarenhas e da Casa da Cultura César Oliveira”. O novo equipamento municipal acolherá, em seguida, a sessão comemorativa durante a qual será homenageado um conjunto de cidadãos e entidades com a Medalha de Mérito Municipal.
A entrega das Medalhas de Mérito Municipal acontecerá durante a cerimónia comemorativa do Feriado Municipal, no próximo dia 7 de outubro de 2024, a partir das 10h00 com a presença da Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro, Isabel Damasceno.
A proposta dos nomes, que pelo seu prestígio, cargo ou ação são merecedoras da distinção, aprovada em reunião da Câmara Municipal, foi levada a votação e aprovação na Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital, no dia 27 de setembro.
Assim, serão distinguidos: Artur dos Santos Correia; José Carlos Nunes Mendes; José Manuel Ricardo Nunes Coelho; Luciano Lourenço; Lucinda Maria Cardoso de Brito; Mestres Alfaiates; e o GVC – Grupo de Voluntariado Comunitário de Oliveira do Hospital da Liga Portuguesa contra o Cancro (Núcleo Regional do Centro).
Artur dos Santos Correia, empresário que deu um importante contributo ao desenvolvimento do tecido empresarial de Oliveira do Hospital, entrou no mundo dos negócios ao fundar, em 1975, uma sociedade comercial, que manteve com êxito e determinação até 2004. Aí, formou uma nova sociedade, com o nome de Socorreias, Lda; empresa da área de eletricidade, canalizações, água, aquecimento, climatização e outros, que cedo granjeou prestígio e sucesso empresarial. Viu a sua empresa ser fortemente afetada pelos incêndios de outubro de 2017, cujos prejuízos conseguiu minimizar com os seguros e candidatura através da CCDR-C. Com um longo percurso de trabalho, 64 anos, decidiu, aos 75 anos, vender a sua quota, passando assim à situação de cidadão reformado.
José Carlos Mendes, licenciado em Ensino e Educação Tecnológica e com um vasto currículo no ensino, foi professor durante três anos na Arcial, logo após a sua abertura onde acumulou a função de coordenador pedagógico. Docente da Escola Secundária de Oliveira do Hospital até a aposentação, foi aí presidente do Conselho Executivo; acumulou funções na Escola Profissional Eptoliva, onde também foi presidente da Adeptoliva; e no ano letivo 1993/1994 foi nomeado Presidente da Comissão Instaladora da Escola Básica da Cordinha, chegando a Presidente do Conselho Diretivo. Foi membro de várias Direções da ARCIAL; um dos fundadores da Liga Recreativa dos Amigos das Caldas de S. Paulo e do Centro de Desenvolvimento Sócio Cultural de Penalva de Alva. Vereador e vice-presidente da Câmara Municipal pelo PSD e presidente da Comissão Política de Secção de Oliveira do Hospital; nas autárquicas de 2009, liderou uma lista de independentes e foi eleito vereador, cargo que exerceu até se retirar da vida política em 2013. Em 2015, criou com um sócio a empresa VARZEA BIO que tem como objeto de atuação a pecuária; agricultura e souto; agro turismo, com a marca “Be Alva”.
José Manuel Ricardo Nunes Coelho, iniciou funções docentes nos anos 80, mas a sua vida é marcada pela atividade sindical, onde desde cedo assumiu grande protagonismo, e que iniciou, em 1985, com a sua eleição para o Secretariado Permanente da Direção do Sindicato dos Professores da Zona Centro (SPZC) onde cumpriu sete mandatos na presidência. Conta, no seu currículo, com vários cargos na FNE – Federação Nacional dos Sindicatos da Educação; na FESAP – Federação Nacional dos Sindicatos da Administração Pública; e na UGT – União Geral de Trabalhadores. Em Nogueira do Cravo teve uma importante participação na vida associativa local, foi Presidente da Direção da Casa do Povo de Nogueira do Cravo; e fundador com o seu pai, do Grupo de Cantares da Casa do Povo de Nogueira do Cravo, mantendo ligações nos corpos dirigentes da Associação Desportiva Nogueirense. Na vida política local foi eleito, pelo PSD, deputado para a Assembleia Municipal e depois, vereador da Câmara Municipal com os pelouros atribuídos do Ambiente, Desporto e Tempos Livres, Planeamento Urbanístico e Zonas Verdes.
Luciano Lourenço, doutorado em Geografia Física, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), foi aí professor durante 41 anos até se jubilar como Professor Catedrático. Ali assumiu diversos cargos como Vice-Presidente do Conselho Diretivo da Faculdade de Letras; Diretor do Departamento de Geografia; Diretor do Núcleo de Investigação Científica de Incêndios Florestais e Coordenador Nacional do Programa PROSEPE – Projeto de Sensibilização e Educação da População Escolar. Possui mais de três centenas de títulos publicados, entre livros, capítulos de livros, artigos, comunicações, e notícias, sobre diversos temas da geografia; e coordenou meia dezena projetos internacionais de investigação científica e mais de duas dezenas de projetos nacionais, em diferentes áreas da sua especialidade. Regressado ao seu torreão, aldeia de Goulinho (freguesia de Aldeia das Dez) centra agora a sua atividade na gestão de espaços florestais comunitários, no desenvolvimento do Goulinho e na reabilitação do Santuário de Nossa Senhora das Preces, exercendo vários lugares de direção em diferentes organizações locais.
Lucinda Maria Cardoso de Brito, conta com uma longa carreira de 32 anos enquanto professora do 1.º CEB, passando por várias escolas no concelho de Oliveira do Hospital. Amante da escrita, em particular da poesia, da pintura assim como de artes decorativas, fez exposições em Oliveira do Hospital, Lagares da Beira e Tábua. Em 2013 publicou o seu primeiro livro de poesia “Palavras Sentidas”, numa edição do Município de Oliveira do Hospital, o primeiro passo para se tornar numa das autoras concelhias com mais obras publicadas, contando até ao momento com uma bibliografia de 7 volumes. Para além dos livros tem inúmeras participações em concursos e coletâneas. Integra o livro editado em 2023 pela Direção Regional da Cultura do Centro, “As Mulheres da Cultura na Região Centro”, na área Literatura. No plano do associativismo integrou vários órgãos sociais da Arcial e na imprensa local mantém uma rubrica sobre Língua Portuguesa e Literatura, onde gosta de enaltecer a sua terra. É presença assídua na Biblioteca Municipal, onde já fez várias exposições e recentemente passou a figurar num mural que recorda os incêndios de 2017, com dois poemas, nas instalações dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital. Continua a pintar e a escrever todos os dias.
Mestres Alfaiates, à semelhança do que tem vindo a suceder com outras profissões – como as costureiras ou os pastores e as queijeiras – o Município de Oliveira do Hospital presta homenagem à nobre arte da alfaiataria, uma atividade profissional propulsora da indústria de confeções, que tanto peso económico continua a deter no concelho de Oliveira do Hospital. Apesar de a alfaiataria ser uma profissão praticamente em vias de extinção, o município presta homenagem a esta arte na pessoa de dois símbolos vivos com atividade na freguesia de Meruge. São eles: Octávio Abrantes Maceirinha, que abraçou a profissão de Alfaiate com 13 anos, na Oficina do Mestre José Antunes, estabelecendo-se depois por conta própria há mais de 60 anos, estando ainda no ativo, aos 80 anos de idade. Tem no seu currículo de criação de alfaiataria, a feitura dos trajes para várias Confrarias, nomeadamente a Confraria do Queijo Serra da Estrela; e Joaquim Mendes, que iniciou a aprendizagem da arte de alfaiate, aos 12 anos de idade, na oficina do Mestre José Antunes e conta 70 anos de estabelecimento com oficina própria. Aos 92 anos, e ainda no ativo, é certamente um dos mestres alfaiates com maior antiguidade de Portugal.
GVC – Grupo de Voluntariado Comunitário de Oliveira do Hospital da Liga Portuguesa contra o Cancro (Núcleo Regional do Centro), destaca-se pelo seu papel na área do voluntariado nos longos anos que tem de atividade, orientada para a sensibilização e educação da população, referenciação de situações de doentes oncológicos com carências socioeconómicas e angariação de fundos, como o peditório nacional da Liga Portuguesa Contra o Cancro. O primeiro registo deste Grupo de Voluntariado Comunitário remonta a março de 1973, liderado por Júlia Fonseca em conjunto com Odete Ferreira, Arlindo Almas, José Maria Jorge, Alice Saraiva, Vítor Nunes, Graça Figueiredo, António Pires e Isaltina. No início de 2009, a responsável passou a ser Luísa Miranda Oliveira, sendo que o grupo pauta o seu trabalho pela discrição no apoio ao doente oncológico e suas famílias; e realiza várias atividades de sensibilização da comunidade.
Será entregue também a Medalha de Valor e Dedicação Municipal a Fernando António Prata Durães e Manuel de Melo Cruz, ambos engenheiros civis, pela forma competente, informada e responsável com que desenvolveram as suas funções, enquanto técnicos superiores no Município. Fernando Durães, foi Chefe de Divisão dos Serviços Urbanos e de Planeamento e Gestão do Território de 1 de setembro de 1999 até à sua aposentação, sempre na área do Urbanismo. Manuel Cruz, exerceu funções de Chefe de Divisão dos Serviços Técnicos, de Diretor de Departamento de Obras e dos Serviços Técnicos e de Técnico Superior nas áreas da Contratação Pública e Urbanismo, até à sua aposentação.