Um conjunto de 54 moradores, no Loteamento Chão da Bispa, em Oliveira do Hospital, subscreveu um abaixo assinado, através do qual se opõe à instalação de um posto de combustível naquele local. A tomada de posição surge depois de o empresário Fernando Tavares Pereira ter referido, ao jornal online Correio da Beira Serra, que aguarda há oito anos por autorização da Câmara Municipal para ali instalar um posto de combustível.
O abaixo assinado deu entrada na Câmara Municipal de Oliveira do Hospital no dia 18 de agosto e, esta manhã, em reunião pública do executivo, ao dar conhecimento da missiva, o presidente José Carlos Alexandrino fez questão de “repor a verdade” sobre o assunto que virou “polémica” num “pseudo jornal, hoje com uma nova gerência ligada ao candidato do PSD de Tábua, que parece que quer ganhar a Câmara de Tábua, mas também quer dar ordens na Câmara de Oliveira do Hospital através de outro candidato”.
“Falo disto porque, recentemente , os moradores deste loteamento enviaram a esta Câmara um abaixo assinado opondo-se à instalação deste posto de abastecimento. Não o (assunto) traria aqui. Não dei resposta àquilo (à notícia), porque quando as mentiras são muitas, não vale a pena”, referiu o autarca, esclarecendo que para si e para o seu executivo “não foi preciso os moradores fazerem este abaixo assinado, porque este pedido foi rejeitado por esta Câmara por motivos concretos”.
Explicou que o loteamento “está licenciado para moradias unifamiliares” e que, para ali se instalar um posto de abastecimento de combustíveis, tinha que haver uma alteração do loteamento” com assinatura favorável de todos os moradores ou através de “uma técnica que nunca utilizei”, que é o “edital que ninguém vê e como ninguém contesta, a alteração faz-se automaticamente”.
Esta manhã, José Carlos Alexandrino clarificou que “este executivo, e com este presidente, cumpre a lei” e “não está ao sabor de antigas amizades dessa altura ou de relações privilegiadas com os que se consideram donos disto tudo”. Segundo explicou o autarca, “como não foi apresentado nenhum requerimento, o processo foi indeferido e não se puderam lá colocar bombas nenhumas”. Conhecida que era a ligação de amizade entre Alexandrino e Tavares Pereira, o autarca verificou que “até é bom” o processo ter decorrido assim. “Nessa altura havia uma grande relação de proximidade entre o presidente da Câmara e o Sr. Fernando Tavares Pereira. Demonstra que eu e este executivo estivemos aqui, sempre, para cumprir a lei e não para foi para cumprir aqueles que andaram com a bandeira atrás de mim. Alguns pensam que isso era suficiente, mas não é”, concluiu.
Sobre o assunto, o vereador do PSD, João Paulo Albuquerque estranhou que o assunto das bombas de gasolina que tivesse sido levantado pelo empresário quando já se passaram “oito anos” desde que foi feito o pedido.