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Ministério da Agricultura doa 500 borregas à ANCOSE e garante que no concelho já apoiou 3 459 agricultores com 8,6 milhões de euros

O Ministério da Agricultura assinou, na passada sexta-feira, um protocolo com a ANCOSE- Associação Nacional de Criadores de Ovinos Serra da Estrela, que visa repor o efetivo animal, que ficou reduzido com o grande incêndio de 15 de outubro de 2017.

Após uma visita ao Centro de Recria de Borregas, na ANCOSE, criado após o incêndio com o objetivo de devolver rebanhos a produtores lesados, Capoulas Santos, Ministro da Agricultura, mostrou-se solidário com o trabalho desempenhado pela Associação e, por isso, comprometeu-se em doar os 500 animais que faltam para repor o efetivo.

Na cerimónia de assinatura do protocolo, Manuel Marques, presidente da ANCOSE, fez questão de agradecer o gesto e dedicação do Ministério no que respeita às ajudas prestadas aos agricultores lesados. “Desde 1981, desde a criação desta Associação, que nunca tivemos a honra de receber o Senhor Ministro. Hoje tivemos e demonstra bem o valor e o significado que a ANCOSE tem para o Ministério da Agricultura”, afirmou Manuel Marques.

Emocionado, o presidente da Associação fez questão de adiantar que, por cada borrega, o Ministério paga 130 euros, 70 por borrega e o restante para alimentação.

Por sua vez, Capoulas Santos, no início da sua intervenção, dirigiu-se aos manifestantes que o esperavam nas imediações da ANCOSE. “Gostaria de manifestar a mais profunda repulsa de quem não tem o mínimo pejo em utilizar a tragédia que vivemos para fins políticos de primeira que pode haver”, começou por dizer, referindo-se ao protesto organizado pela MAAVIM (Movimento Associativo de Apoio às Vítimas dos Incêndios de Midões).

A propósito, o Ministro deu a conhecer o número de produtores apoiados e o respetivo montante já pago pelo Ministério após os incêndios. “Só no concelho de Oliveira do Hospital, nós atribuímos apoios financeiros pagos nos prazos que nos comprometemos a 3 459 produtores. Já pagámos, até agora, neste concelho, 8,6 milhões de euros”, adiantou. Capoulas Santos foi mais além e garante que “não é só conversa”, uma vez que os nomes e montantes estão disponíveis para consulta no site do IFAP (Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas).

Já sobre o futuro do queijo Serra da Estrela, o Ministro afirmou que “para reparar os prejuízos, todos somos poucos”. “Acreditar neste setor é conseguirmos repor e melhorar as condições de produção em toda a fileira: na produção, na indústria e na abertura de novos mercados”, disse, garantindo que “é um produto que só pode ser valorizado se tiver consumidores à altura de pagar a sua qualidade e genuinidade”.

No que diz respeito ao protocolo, Capoulas Santos explicou que a estratégia era, “em primeiro lugar, utilizar os donativos privados e depois o Ministério dar a ajuda em falta”.

Na ocasião, José Carlos Alexandrino, presidente do Município de Oliveira do Hospital, reconheceu o “esforço enorme que o Governo tem feito para resolver todos os problemas que lhes foram apresentados”, uma vez que “ninguém estava preparado para o que aconteceu”, contudo, afirma que há “possibilidades de melhorar algumas coisas na área da agricultura”.

“Percebo que o país não tenha recursos elásticos em termos financeiros mas gostaria que este Governo tivesse alocado verbas orçamentais do seu orçamento”, disse.

O autarca reconhece “esforço e melhoria” mas “esta gente sofreu muito” e, por isso, merece mais apoio. “Acho que seria muito interessante repormos até 100 mil euros os 85 por cento porque da parte da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital há disponibilidade para apoiar estas pessoas nos 15 por cento que faltam”, afirmou.

“Olho para esta gente e dói-me o coração e, por isso, esta pequena melhoria na agricultura seria substancial e seria um grande sinal de esperança para todos”, concluiu José Carlos Alexandrino.

 

Beatriz Cruz (jornalista estagiária)

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