Site icon Rádio Boa Nova

Médica rescinde contrato. Rolo assegura que “não cabe ao Município contratar médicos” mas vai reunir com entidades para “encontrar solução”

Uma médica do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital rescindiu contrato. A informação foi discutida na última Assembleia Municipal, onde foi notória a preocupação dos deputados, do executivo e do presidente do próprio órgão autárquico.

A questão foi abordada inicialmente por Rafael Costa, deputado do PSD/ CDS-PP, que lamentou “a saída de mais um médico”, o que faz com que o concelho fique com “cinco mil utentes sem médico de família”. O deputado da coligação recorreu à recente expressão da diretora-geral da saúde que disse que “a pior coisa que nos pode acontecer é adoecer em agosto” e que “agosto não é um bom mês para ter acidentes ou doenças”, para afirmar que, assim sendo, “em Oliveira do Hospital nenhum mês do ano é bom para se ficar doente”. Rafael Costa acusa o executivo de não cumprir a “promessa do projeto revolucionário que tinha para a área da saúde”. Na ocasião, lançou o “repto” a José Carlos Alexandrino para que, como deputado da nação, “leve estas reivindicações aos colegas de partido e ao Governo”.

A propósito, José Carlos Alexandrino, que se inscreveu para falar como deputado e não como presidente da Assembleia, recuou “ao passado” para recordar “quando 16 mil pessoas não tinham médico de família”, sob governação do PSD e do CDS-PP. “Vocês fizeram da saúde do concelho uma situação miserável”, frisou. O deputado do PS sublinhou que o seu executivo chegou a “pagar rendas de casa a médicos” para estes trabalharem em Oliveira do Hospital.

Perante os elementos da Assembleia, José Carlos Alexandrino leu um “requerimento de pedido de dados” que dirigiu a Rosa Reis Marques, presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, questionando o ponto de situação da saúde no concelho para que possa “apresentar propostas de resolução na Assembleia da República”. No requerimento, José Carlos Alexandrino questiona “quantos utentes do concelho não têm médico de família; quantas pessoas foram transportadas desde 2021 para as urgências de Arganil, Seia, Guarda, Viseu ou Coimbra; quantas pessoas tiveram que regressar à sua residência pelos próprios meios; qual o custo total do transporte desses doentes e quantas pessoas foram atendidas no Serviço de Atendimento da FAAD acordado com o Ministério da Saúde”.

“Fui para Lisboa para defender os interesses do concelho e do distrito”, concluiu o deputado.

Por sua vez, José Francisco Rolo confirmou que foi “informado que há um médico que rescindiu contrato”, mas assegurou que “não cabe ao Município contratar médicos”. “Mesmo com a transferência de competências, não nos cabe contratar médicos, nem pessoal especializado, enfermeiros ou assistentes técnicos. A nossa função é ao nível dos assistentes operacionais e manutenção de instalações. Que fique claro”, explicou.

O autarca avançou que vai reunir com o diretor do Agrupamento dos Centros de Saúde do Pinhal Interior (ACES PIN) e com a ARS para “encontrar solução para uma situação que infelizmente toca Oliveira do Hospital e muitos outros Municípios”. “Infelizmente, o assunto da saúde é hoje uma prioridade nacional”, frisou. José Francisco Rolo. Avançou que, segundo informação que obteve junto das entidades responsáveis, “está lançado um concurso para colocação de médico com a expectativa que Oliveira do Hospital seja contemplado” e “relativamente aos assistentes técnicos estará concluído um concurso no final de julho para reforçar a componente de apoio ao dispositivo médico”.

Exit mobile version