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Manteigas pede ajuda ao Governo devido aos estragos do mau tempo e recorda que o incêndio provocou danos de 2,5 milhões

O presidente da Câmara de Manteigas disse hoje à agência Lusa que a autarquia precisa da ajuda do Governo para reparar os prejuízos causados pela chuva intensa que afetou a freguesia de Sameiro, na serra da Estrela.

A chuva intensa que caiu durante a noite e madrugada arrastou terras e detritos das áreas ardidas da serra da Estrela e causou danos na freguesia de Sameiro, no concelho de Manteigas, no distrito da Guarda.

“Estamos a falar de prejuízos de larga escala”, admitiu o presidente da autarquia Flávio Massano.

Na aldeia de Sameiro vários troncos de árvores de “porte enorme”, vários carros, iluminação pública, grades, gradeamentos, parte de pontes e parte de caminhos agrícolas e de estradas “foram arrastadas pela força da água”, relatou.

Segundo o autarca de Manteigas, “os danos são enormes, várias viaturas foram arrastadas pela força da água, há casas e negócios afetados, estradas, iluminação pública, infraestruturas de água e saneamento, equipamentos desportivos e lúdicos, entre outros”.

O autarca recordou que o incêndio que atingiu a serra da Estrela causou prejuízos no valor de 2,5 milhões de euros de “danos em infraestruturas municipais” no concelho de Manteigas.

O responsável referiu que ainda não é possível quantificar os danos globais no seu concelho porque, por exemplo, os danos que os privados tiveram ainda não estão totalmente contabilizados.

Flávio Massano participou, na segunda-feira, em Lisboa, numa reunião com a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, com secretários de Estado de várias áreas governamentais e com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), para apresentação, aos seis autarcas do Parque Natural da serra da Estrela (PNSE), de uma forma global, as medidas que estão preparadas para serem implementadas no âmbito dos levantamentos efetuados.

O autarca disse hoje à Lusa que o Governo apresentou “medidas concretas” em áreas como o Ambiente, Turismo e Proteção Civil, mas disse que ainda não há indicação de verbas, aguardando pelo Conselho de Ministros de quinta-feira.

O Governo também avançou “um conjunto de medidas concretas” para o futuro da região em diversas áreas (gestão integrada da paisagem, economia, turismo, solidariedade social, proteção civil, etc.) e deu a indicação “de que o financiamento a atribuir a este plano não substitui as verbas a alocar aos municípios por via do Portugal 2030, ou seja, será um acrescento a essa fonte de financiamento comunitária”.

“Reivindicámos que, para fazer face aos prejuízos municipais, o Fundo de Emergência Municipal não é suficiente (só pode comparticipar até 60% dos prejuízos apresentados), muito menos se a percentagem de 60% não for atingida. Os municípios não podem suportar 40% dos prejuízos nem nenhum valor superior a essa percentagem”, acrescentou.

Os autarcas também defenderam “um novo modelo de gestão para o PNSE, mais humanizado e, por essa via, mais protegido, porque sem pessoas não há PNSE”.

Demonstraram ainda que a abolição das portagens das A23 e A25 “seria determinante” e reforçaram “a necessidade de olhar para este território de forma inovadora, sem medo de arriscar, criando uma zona franca industrial na região, aproveitando o futuro Porto Seco da Guarda”.

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