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Mais de 7 500 profissionais de saúde vacinados em dois dias. “Comemore o Ano Novo com quem cohabita”, alerta a DGS

A diretora-geral de saúde começou a conferência desta terça-feira por assinalar que o início da vacinação em todos os países, em simultâneo, “representa um momento e movimento de unidade da Europa que serve com equidade os seus cidadãos”.

Graça Freitas salientou que a estratégia de vacinação adotada em Portugal tem como objetivos de saúde pública reduzir a mortalidade, os internamentos e o sofrimento; reduzir os surtos minimizar o impacto da pandemia quer no sistema de saúde quer na sociedade.

Com estes objetivos, “a médio prazo temos a expectativa de controlar a Covid-19, como já aconteceu com outras doenças e outras vacinas no passado”, disse a responsável, recordando que em todos os países as vacinas vão chegar faseadamente ao longo de 2021.

Em Portugal, nos últimos dois dias, “foram vacinados 7.585 profissionais de saúde em cinco centros hospitalares”, adiantou Graça Freitas, referindo que tal corresponde a cerca de 80% das doses disponibilizadas para estes hospitais nesta fase”. A responsável lembrou que estes dados já serão, à data, melhores, uma vez que já foram vacinadas mais pessoas entretanto.

A diretora-geral da Saúde voltou a alertar que “a vacinação não dispensa nesta fase, de forma alguma, as medidas de proteção recomendadas (distanciamento social, arejamento dos espaços, uso de máscara, a higiene das mãos e a etiqueta respiratória)”.

“Comemore o Ano Novo com quem cohabita”

Graça Freitas apelou ainda a que se cumpram as regras em vigor em cada concelho, nomeadamente no que diz respeito à mobilidade e ao ajuntamento entre pessoas”. “Comemore o Ano Novo de preferência com as pessoas com quem cohabita, mas se estiver com outros agregados familiares, reforce os cuidados”, reiterou.

Quanto à situação epidemiológica, a responsável referiu que os dados dos novos casos refletem que o país se mantém, no geral, “uma tendência epidémica decrescente”.

incidência a 14 dias é agora de 480 casos por 100 mil habitantes, registando-se naturalmente assimetrias entre concelhos e entre regiões. No período de 7 a 20 de dezembro, indicou, 26 concelhos estavam na categoria de máxima incidência, ou seja, acima de 960 casos por 100 mil habitantes.

Nova variante é “cocktail de mutações”

Sobre a nova variante do SARS-CoV-2 que terá surgido no Reino Unido nos finais de setembro, o investigador do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), João Paulo Gomes, salientou que estas mutações do vírus “preocuparam” os especialistas.

“Este cocktail de mutações originou uma preocupação muito grande, tendo em conta que foi possível observar, epidemiologicamente, que esta variante começou a crescer em frequência e a dominar completamente o número de casos Covid-19 no sul de Inglaterra”, referiu o especialista, recordando que os primeiros casos da nova variante foram detetados na Madeira, sendo 18 o número de infetados com esta nova estirpe.

Portugal ‘persegue’ rasto da nova variante

No âmbito de um “mega estudo de sequenciação genómica do SARS-CoV-2”, revelou João Paulo Gomes, “estamos a focar-nos na deteção desta variante” naquela que será a segunda fase do processo, depois de terem sido detetados os primeiros casos.

O investigador explicou que vão ser seguidas “duas pistas”. Uma delas prende-se com o historial de viagens ao Reino Unido. A segunda relaciona-se com o facto de se ter constatado que alguns dos testes utilizados atualmente, às vezes, falham uma das regiões [do vírus].

“Não é de admirar” que nova variante circule no continente

“Os laboratórios têm dado uma resposta muito positiva”, salientou, antevendo ser possível uma conclusão, dentro de dias, sobre esta nova estirpe está já a circular em território continental, o que, a confirmar-se, não surpreenderá o especialista, tendo em conta que, comprovadamente, esta variante mais contagiosa já existe em 15 países.

“O Reino Unido em primeiro, e Portugal logo em segundo, devido aos 18 casos detetados. Não é de admirar (…) Isto não é particularmente preocupante para nós, é algo para o qual devemos estar preparados. É mais do que normal que esse número aumente e que se essa circulação seja detetada também no continente”.

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