Site icon Rádio Boa Nova

MAAVIM acusa Ministro da Agricultura de não conhecer o terreno afetado pelos incêndios

O Movimento Associativo de Apoio às Vitimas do Incêndio de Midões (MAAVIM), representado por Fernando Pereira, considera que o Ministro da Agricultura não conhece o terreno afetado pelos incêndios de outubro e que é um “urbano”.

As reações surgem após Capoulas Santos ter referido, numa audição na Comissão da Agriculta e Mar, que “só existem pouco mais de 2 500 agricultores nas regiões afetadas pelos incêndios”.

De acordo com o comunicado enviado à Rádio Boa Nova, a Associação refere que “o Sr. Ministro não sabe que as pessoas afetadas pelos incêndios são mais do que 50 000 pessoas”. Em causa estão as informações avançadas pelo Ministério que dizem que foram apoiadas 25 101 pessoas “que tiveram prejuízos agrícolas e que não são agricultoras de forma alguma”. “As 25 mil pessoas não são agricultores”, acrescenta.

Para a organização, “os verdadeiros agricultores, que fizeram as candidaturas ao PDR2020, até ao momento praticamente nada receberam e dificilmente irão executar os projetos tendo em conta os cortes e as validações efetuadas pelo Ministério”.

“O Sr. Ministro está confundido e baralhado falando em 92 milhões pagos, que não correspondem à verdade. Efetivamente programas lançados não são apoios pagos.

“Milhares de pessoas ficaram de fora por causa da trapalhada no processo de apoio, efetuado pelo Ministério da Agricultura e, por mais que queira passar outra imagem, o território afetado em outubro, não é igual ao de Pedrogão”, lê-se no comunicado.

O Associação defende que o Ministério da Agricultura “deve urgentemente acatar a recomendação do parlamento Português e abrir as candidaturas, com tabelas de referência reais”.

“Foram feitas várias candidaturas acima de 800 000€, informação que desmente a afirmação do Sr. Ministro, mas lembramos que quando o apoio de 50% foi alargado, já os processos de candidaturas tinham encerrado em 22 de Dezembro de 2017”, refere.

Para a MAAVIM, o “corte desenfreado de floresta” é “decorrente da má comunicação do Ministério ao informar a população”, constatando que continuam a “efetuar plantações de eucaliptos sem qualquer ordenamento na região afetada”. Fernando Pereira sugere que “sejam verificados 10 ou 100 casos aleatórios para efetivamente se verificar, no terreno, os cortes realizados e os seus critérios.

Em comunicado, a Associação refere que, neste momento, decorre uma petição online “que pretende abrir todos os apoios aprovados em Assembleia da República”.

“Não se podem continuar a apresentar milhões de ajudas que não chegam efetivamente ao terreno”, consta no comunicado.

A partir do dia 19 de maio, e até a 1 de Junho, a MAAVIM vai abrir o seu estabelecimento para receber todos os lesados que não tiveram ajudas ou não fizeram as suas candidaturas para juntar ao processo jurídico.

Exit mobile version