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Lesado pelo incêndio expõe oliveiras ardidas em protesto pela falta de apoios

Hoje, no dia em que faz precisamente sete meses que aconteceu o trágico incêndio 15 de outubro, Luís Miguel Falcão de Brito conta que “ainda nada foi feito” e que está a “vender património para conseguir aguentar o barco”.

Produtor agrícola e florestal do concelho de Oliveira do Hospital, Luís Miguel Falcão de Brito apresenta, em redor da sua habitação, uma exposição de oliveiras, tal e qual “como ficaram depois da passagem do fogo”. A iniciativa surge “para ninguém se esquecer do que aconteceu” e como homenagem às vítimas do incêndio. “É também um tributo às vítimas mortais e a toda a gente que sofreu na região”, contou o produtor, notando que a mostra “não ambiciona ser nenhuma obra de arte”, mas pretende “despertar consciências e para que toda a gente perceba que a situação é dramática”.

O aspeto que mais suscita curiosidade e admiração são as placas que se encontram junto destes “restos” de oliveiras. “Autoria de Constança Urbano de Sousa”, “Conservador Capoulas dos Santos” e “Conservadora Assunção Cristas” é o que se pode ler nessas mesmas placas. “Há relatórios e os relatórios são perfeitamente claros de quem é a culpa do acidente, de toda esta tragédia”, afirmou Luís Falcão de Brito.

“A ex-Ministra da Administração Interna não foi capaz de liderar a sua equipa”, explicou o empresário, referindo que, a seu ver, Constança Urbano de Sousa foi “incompetente, frágil e ridícula”. Os restantes nomes surgem como “pessoas que pretendem manter a situação da mesma forma e que não se faça absolutamente nada”. Na opinião daquele que é um dos maiores produtores de azeite do concelho, o Azeite do Cobral, a presidente do CDS-PP “está apenas preocupada com Pedrogão”, afirmando mesmo que o incêndio que assolou Oliveira do Hospital “foi centenas de vezes maior do que” o que ocorreu em junho do ano passado.

 

Com prejuízos a rondar os 300 mil euros no seu olival e um milhão de euros a nível florestal, Luís Falcão de Brito mostra-se indignado pois as ajudas são “absolutamente nenhumas” e “ainda nada foi feito”. “As candidaturas foram aceites por valores ridículos, portanto não é possível fazermos nada com os valores que nos foram atribuídos”, revelou.

 

Passados sete meses após o fogo, Luís Falcão de Brito encontra-se a “vender património para conseguir aguentar o barco”, afirmando que, somente “daqui a 50 anos” voltará a produzir a quantidade que produzia antes da tragédia.

Beatriz Cruz (jornalista estagiária)

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