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Junta à Conversa: “Sensação de dever cumprido é termos a consciência de que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance”

Dezasseis anos depois, Rui Coelho está prestes a despedir-se da vida autárquica. O presidente da União de Freguesias de Penalva de Alva e S. Sebastião da Feira (PS), no ‘Junta à Conversa’ da Rádio Boa Nova, faz uma “avaliação francamente positiva” ao trabalho do seu executivo que foi pautado pela proximidade com a população: “Sempre estivemos próximos das pessoas e essa é a nossa principal característica: estarmos disponíveis para as pessoas”.

Rui Coelho lidera um território situado numa zona de forte potencial turístico, o Vale do Alva, que no seu entender, é “um dos ex-libris do concelho de Oliveira do Hospital”. E é precisamente nesta época do ano que atrai muitos visitantes. Há, por isso, “uma grande responsabilidade em cuidar dos espaços e ter tudo preparado para receber os veraneantes” para que “desfrutarem das praias fluviais, do rio Alva e as suas águas límpidas”. Para além da praia “classificada” de S. Sebastião da Feira, o autarca dá conta de outros espaços fluviais “ao longo do Alva” como Santo António do Alva que “tem um grande potencial” para ser classificado como praia fluvial. Aliás, é uma “ambição” do executivo. Destaca também, em Penalva de Alva, dois lugares “muito interessantes, junto ao Açude, com um cenário muito bonito, junto à Nora da Água, e um pequeno espaço fluvial no Mosteiro”. “Reunimos ali uma série de espaços que estão sempre lotados”, disse, avançando que para tal é feito “um esforço financeiro bastante grande”.

Ainda na área do turismo, Rui Coelho fala da importância das várias unidades hoteleiras. É um dos grandes balanços que o meu executivo faz. Se recuarmos atrás no tempo, quando nós chegámos em 2009, não tínhamos na freguesia de Penalva de Alva nenhum espaço de alojamento e de restauração. Volvidos estes anos podemo-nos orgulhar da quantidade de alojamentos locais, de hotéis, de restaurantes, ou seja, toda uma estrutura que cresceu e que proporciona às pessoas alguma comodidade para poderem desfrutar do Vale do Alva”.

O presidente não tem dúvidas de que a freguesia não é a mesma que aquela que encontrou quando chegou ao poder. “É óbvio que não foi a Junta que abriu hotéis, nem que abriu restaurantes, mas foi a conjuntura e aquilo que nós fomos proporcionando para que haja dinâmica e o setor privado acompanhou essa mesma dinâmica”, justificou.

Quanto ao turismo de aventura e de desporto, o Alva Skate Fest tem levado o nome da União de Freguesias e do concelho mais longe. “De ano para ano o Alva Skate Fest tem crescido, tem tido um desenvolvimento muito acelerado e tem-nos projetado para o panorama nacional e internacional”, disse, dando conta que por ali passaram, nesta última edição, “atletas de 15 países”.

O associativismo é também uma forte bandeira da União de Freguesias. O Rapada Village é prova real disso mesmo “porque partiu da iniciativa, da vontade e do empenho de um grupo de jovens em Santo António do Alva”. É um evento “que tem crescido de forma sustentada e ao longo dos anos tem vindo a ganhar qualidade”. A considerar que “o associativismo na freguesia é muito ativo”, Rui Coelho sente-se “um presidente realizado” dada a panóplia de coletividades. “Em quase todas as povoações temos uma associação de porta aberta”, contou.

Rui Coelho faz um balanço positivo destes quatro mandatos em que as pessoas foram a prioridade: “sempre fomos presentes, sempre estivemos próximos das pessoas e essa é a nossa principal característica, estarmos sempre disponíveis para as pessoas”. E foi precisamente uma obra social que “mais gozo” lhe deu concretizar ao recuperar duas casas devolutas e transformá-las em “habitações sociais” que estão ocupadas com duas famílias. Por outro lado, destaca o fornecimento de água e o saneamento em três povoações que ainda não dispunham destas condições. Diz sentir-se “penalizado” ainda com as povoações de Merujais, Mosteiro e Quintas de São Pedro. Garantiu que a equipa que lidera “está atenta” e espera que “o próximo executivo continue esse trabalho”.

Entre outras obras e projetos, destaca ainda a requalificação do Parque dos Moinhos em São Sebastião da Feira e um parque de autocaravanismo que “está praticamente concluído”.

Obviamente que não fizemos tudo nem resolvemos os problemas todos, isso é sempre quase impossível mas sim, conseguimos resolver algumas situações complicadas que tínhamos que dar prioridade”.

Numa altura em que se fala da “crise na habitação”, Rui Coelho lamenta a grande quantidade de casas “desabitadas”. Considera, por isso, “importante que o governo central criar algum mecanismo com incentivos, que possibilitasse que as pessoas saíssem dos grandes centros e se fixassem nestas aldeias”.

Questionado sobre a possível instalação de uma Unidade de Produção para Autoconsumo no Vale do Alva, num projeto de Sonae, o autarca afirma estarem a “encontrar uma solução de compatibilidade”. “Temos conseguido arranjar alguns argumentos para podermos retardar o arranque dos trabalhos e tentarmos encontrar soluções alternativas”, explicou.

Na despedida dos seus fregueses, Rui Coelho afirma ter “a sensação de dever cumprido”, de “ter a consciência de que foi feito aquilo que estava ao alcance, para não defraudar aqueles que elegeram o executivo sucessivamente durante 16 anos”.

A avaliação que eu faço é francamente positiva e uma das melhores avaliações que nós podemos fazer é sairmos de consciência tranquila, sabendo que fizemos tudo o que estava ao alcance para representar o melhor possível a freguesia”.

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