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Jardim do Santuário de Nossa Senhora das Preces renasce das cinzas

O Jardim Botânico do Santuário de Nossa Senhora das Preces ganhou uma nova vida depois de ter sido fustigado pelo grande incêndio de outubro de 2017. O património paisagístico situado em Aldeia das Dez, concelho de Oliveira do Hospital, foi recuperado após vencer, em 2018, a décima edição do Prémio Vilalva da Fundação Calouste Gulbenkian, no valor de 50 mil euros. O projeto visou recuperar, conservar e valorizar os jardins que envolvem o Santuário de Nossa Senhora das Preces, localizado em Vale de Maceira, em plena Serra do Açor.

Na cerimónia de apresentação pública dos resultados da recuperação dos jardins, Graça Lourenço, Presidente da Direção da Irmandade de Nossa Senhora das Preces, afirmou que toda a recuperação “deu muito trabalho”, mas que o sentimento é de “dever cumprido”.

Por sua vez, Rodolfo Albuquerque, Capelão do Santuário, considerou o projeto “uma ajuda preciosa” mas que “sabe a pouco”. “O Santuário está belo mas precisa de pessoas”, disse, ciente de que “os desafios são muitos”. Para isso, pediu auxílio ao Município para “honrar o património histórico e cultural” deste Santuário Mariano. E, na ocasião, José Francisco Rolo assegurou que a autarquia “deu o seu melhor” para valorizar o espaço que faz parte dos “98 por cento da superfície florestal que foi afetada em 2017”, “um momento doloroso e traumático”. Assim, o presidente do Município avançou que o objetivo da intervenção passava por “evitar o abate de árvores”, sendo que não foi possível conservá-las na totalidade, valorizar os espaços paisagísticos e reforçar a sinalética”. “É prática do Município fazer estes atos pela transparência e prestação pública de contas”, referiu, avançando que há ainda a intenção de “recuperar parte do edificado, nomeadamente a Casa da Música”.

Coube a António Lamas, presidente do júri do Vilalva, justificar a atribuição do prémio. De acordo com o responsável, “o júri ficou muito sensibilizado por esta questão de se recuperar uma grande perda patrimonial”. Em representação da Fundação Calouste Gulbenkian, Rui Vieira Nery, considerou que o Santuário é “património e identidade local”. Elogiou, por isso, as suas “boas práticas” que são “um exemplo a seguir”. Rui Nery parabenizou “todos os intervenientes”, desejando que, “no futuro, seja possível angariar outros apoios” para continuar a embelezar o espaço.

Na cerimónia, Miguel Pinheiro, o arquiteto paisagístico responsável pela recuperação dos jardins, e Teresa Dias, engenheira do Município, ficaram responsáveis por explicar toda a operação efetuada ao longo dos últimos anos. Para Miguel Pinheiro, era necessário ter consciência do “cenário pós traumático para estabelecer a estratégia de intervenção” num “espaço de grande diversidade”. O objetivo era, sobretudo, optar uma ação “pouco intrusiva”.  

Perante o sucesso do projeto, é com satisfação que a Junta de Freguesia de Aldeia das Dez olha para a recuperação dos espaços que ficaram “mais ricos e valorizados”, sendo o Santuário “o ex-líbris da freguesia e do concelho”.

No final da sessão, Luciano Lourenço, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Irmandade de Nossa Senhora das Preces, apresentou os resultados do projeto pormenorizadamente e enumerou os próximos objetivos que espera que sejam cumpridos.

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