Site icon Rádio Boa Nova

“Já não há transmissão comunitária em Oliveira do Hospital”. Mas, “proteção individual é para manter”

Os números não enganam, o concelho de Oliveira do Hospital está no bom caminho no que à pandemia da Covid-19 diz respeito. À data “já não há transmissão comunitária” no concelho que regista uma taxa de incidência por 100 mil habitantes de 109. A 24 de fevereiro, Oliveira do Hospital registava 21 casos acumulados a 14 dias.

A análise foi feita esta tarde pelo especialista Carlos Antunes, no habitual espaço da Rádio Boa Nova, adiantando que a 24 de fevereiro, o número de casos diários “era um”.

“Podemos dizer que já não há transmissão comunitária no concelho de Oliveira do Hospital, estamos numa situação de controlo da infeção”, afirmou o professor e investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que até entende que “mantendo-se o confinamento, poderá ser exagerado para o nível de incidência do concelho”. Mas também considera que “é um esforço necessário para o bem nacional e para os serviços hospitalares que têm que ser aliviados dessa pressão”.

O especialista que é natural do concelho de Oliveira do Hospital mostra-se preocupado com a “questão das variantes”. “ Agora já há a variante de Nova Iorque, na semana passada era a do Japão. Todas elas com mutação genética que lhes dá maior capacidade de reprodução e de aumentar a carga viral no infetado, o que aumenta a capacidade de contágio”, explicou

Por isso, avisa que, “independentemente de a epidemia estar controlada, ou seja, de não haver transmissão comunitária, a proteção individual tem que se manter”.

“Vamos abrir progressivamente a partir das atividades de menor risco para as de maior risco. As escolas estarão à cabeça dessa iniciativa”

A tendência descendente também se verifica no país. Hoje, a Direção Geral de Saúde comunicou mais 1027 contágios e 58 óbitos e a redução no número de pessoas internadas, que são agora 2404 (-209) e de doentes nos Cuidados Intensivos, que agora são 552 (-14).

Para Carlos Antunes, “podemos respirar (de alívio), mas confinados”, porque “é preciso continuar a fazer pressão na mola”. “Os números continuam a diminuir e é isso que se pretende , trazê-los para números próximos de meados de setembro”. Segundo o especialista essa realidade poderá acontecer “na segunda metade de março”. “Hipoteticamente pode acontecer antes. Irá haver nova avaliação antes do final deste período de estado de emergência, até 16 de março, mas as expectativas não devem ser levantadas por forma a não estragar o que fizemos até gora”, considerou.

A esta altura, adiantou o especialista, “o desconfinamento está, mais do que definido, de que vai ser gradual”. “Vamos abrir progressivamente a partir das atividades de menor risco para as de maior risco. As escolas estarão à cabeça dessa iniciativa. Eu próprio, sou apologista de que os ciclos mais jovens devem iniciar antes e podemos experimentar antes do período da Páscoa”, defendeu. Na opinião de Carlos Antunes “seria uma boa experiência para podermos avaliar o impacto do pré-primário e do 1º ciclo, eventualmente do 2º ciclo. Mas, pessoalmente, acho que pelo menos até ao 1º ciclo deve ser experimentada essa abertura”, frisou o especialista que no âmbito da pandemia tem contribuído com os seus estudos e projeções para a tomada de medidas por parte do governo.

Confira no vídeo em cima a análise completa>>>

Exit mobile version