A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu um inquérito para apurar a qualidade dos serviços médicos prestados a uma utente que faleceu menos de 24 horas após ter alta nas Urgências dos Hospitais da Universidade de Coimbra.
A notícia é vançada na edição desta segunda feira do Diário de Coimbra que dá conta de que a doente, de 82 anos, foi mandada para casa medicada com antidepressivos quando ainda se esperava pelos resultados de exame de diagnóstico (urocultura).
Quando os resultados chegaram, davam conta de uma bactéria multirresistente e ninguém diligenciou para que voltasse novamente ao hospital, indica o jornal.
Foram também efetuados Raios-X que revelaram “alterações esponsilósicas graves e patologia osteodegenerativa”. O PCR estava elevado e o teste de Murphy deu positivo, o que poderia indicar uma infeção urinária.
Foram ainda solicitadas “análises à urina que nunca foram realizadas nessa urgência”, refere a familiar àquele jornal, ao notar que a ecografia revelou um quisto num rim e bexiga em deficiente repleção.
A paciente acabou por ter alta com diagnóstico de infeção urinária, com prescrição de antibiótico.
No dia 2 de agosto, a doente volta ao hospital, mas desta vez chega com manchas por todo o corpo e vómitos, desorientada e agitada.
Os resultados apontaram para alterações ao nível dos pulmões e a análise à urina revelou a presença elevada de leucócitos. Concluiu-se novamente, que era infeção urinária. Teve novamente alta, sem os resultados do exame de urocultura. Acabou por morrer a 4 de agosto.
A IGAS quer saber porque foi “dada alta hospitalar precoce, sem ter aguardado, na segunda ida da utente às urgências, pelo resultado da urocultura”. E também não é compreensível que tenha sido detetada a bactéria quando a doente já estava no seu domicílio, bem como não ter havido “o cuidado e o zelo de a contactar para alteração da medicação”.