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Incêndios: “Pretendo avançar para os tribunais porque tem que haver justiça” (com vídeo)

Luís Miguel Falcão de Brito, produtor agrícola e florestal de Oliveira do Hospital, registou um prejuízo de mais de um milhão de Euros no grande incêndio,…

…mas até agora não recebeu um cêntimo de apoio. Apesar de “maltratado e humilhado”, o produtor diz ter ainda forças para “exigir justiça”.

O grande incêndio de 15 de outubro reduziu a cinzas 30 hectares de olival e cerca de 70 hectares de floresta. Perdeu várias casas, embora só uma estivesse habitada (de renda), muitos arrumos agrícolas e armazéns. À Rádio Boa Nova, Luís Miguel assegura que o prejuízo “é muito acima de um milhão de Euros”. Agora, passado quase um ano após o incêndio, garante que não teve “um único cêntimo de ajuda”.

Rosto da empresa de que fazem parte a mãe e a irmã, Luís Miguel Falcão de Brito ainda avançou com uma candidatura para recuperação de metade do olival que perdeu, num valor de 120 mil Euros. Em fase de processo, o montante desceu para “30 e tal mil Euros e nem isso foi sequer aprovado”. Agora, desanimado, o produtor diz que pretende “desistir do projeto”.

Um ano após o grande incêndio “não houve nenhum tipo de ajudas, não há diálogo, nem respostas do ministério da Agricultura”. Luís Miguel confessa-se “maltratado e humilhado”, mas com “forças” para “exigir justiça”. “Tem que haver justiça”, insiste o produtor lesado que, à Rádio Boa Nova, disse que pretende “avançar para os tribunais”, seja a título individual ou coletivo, porque há outros em situação semelhante à sua.

Diante de tamanha devastação, tem valido a Luís Miguel Falcão de Brito a sua participação no projeto Azeites do Cobral, de que é sócio gerente. “Tudo à volta ardeu. Isto salvou-se”, referiu o empresário que a esta altura está “apostado fortemente neste projeto” e em ganhar maior expressão no mercado externo.

Luís Miguel Falcão de Brito mostra-se cético quanto à recuperação da agricultura e da floresta na região. “Os únicos movimentos que eu vejo é de plantação de eucaliptos”, refere, responsabilizando o governo pela ausência de uma política florestal para esta região do país. “Eu não vou fazer absolutamente nada (replantação). É um risco demasiado grande, sem uma política florestal definida que nos proteja de novos incêndios”, conclui.

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