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Incêndios de 2017 originaram a maior densidade de eucaliptos

Investigadores de Coimbra registaram em terrenos afetados pelos grandes incêndios de outubro de 2017 a maior densidade de eucaliptos alguma vez identificada fora da Austrália.

Um grupo de investigadores da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) e do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra conduziram uma experiência em cinco terrenos em Santa Comba Dão que arderam nos incêndios de 15 de outubro de 2017 e, num dos locais, contabilizaram uma densidade de eucaliptos de 804 mil plantas por hectare, a maior alguma vez registada na literatura científica fora da Austrália em plantas provenientes da regeneração natural, disse à agência Lusa o responsável pela investigação, Joaquim Sande Silva.

O valor anterior mais elevado que os investigadores tinham encontrado na literatura era de uma estimativa de 20.000 eucaliptos por hectare, na Galiza, Espanha, sendo que a densidade normal para um eucaliptal destinado à produção situa-se entre 1.000 a 1.400 árvores por hectare.

Joaquim Sande Silva salienta que estes resultados têm que ter em conta o facto de os terrenos terem sido analisados quando as plantas tinham uma idade muito precoce, sendo que a taxa de mortalidade fará reduzir consideravelmente a densidade encontrada no terreno.

No entanto, mesmo aplicando uma taxa de mortalidade de 30% ao ano, a densidade, ao fim de sete anos, será muito superior à registada por qualquer outro estudo, com 39 mil plantas por hectare, notam os investigadores, num artigo científico publicado recentemente.

Para esta densidade anormal de eucaliptos, há uma conjugação de fatores importante, sendo um dos mais relevantes a altura em que ocorreram os incêndios de outubro de 2017.

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