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Hospital da FAAD recebe doentes ex covid para aliviar pressão nos hospitais centrais. Herdade apela ao civismo para travar a pandemia

O Hospital da Fundação Aurélio Amaro Diniz (FAAD) em Oliveira do Hospital está a receber doentes ex covid do Hospital dos Covões. Neste momento, a unidade hospitalar também recebe doentes com outras patologias do Hospital Universitário de Coimbra e de Aveiro, e pondera parar com as cirurgias. O objetivo é aliviar a “forte pressão” que se vive nos hospitais.

Álvaro Herdade, presidente do conselho de Administração da FAAD, referiu esta manhã à Rádio Boa Nova que o hospital começou a receber doentes ex covid “desde meados de dezembro do Hospital dos Covões”, sendo que neste momento, “ já vêm de outros hospitais, como é o caso de Aveiro. “São doentes que já tiveram Covid e estão tratados, mas têm outras patologias. Muitos ficaram com insuficiências renais agravadas, insuficiências respiratórias e comorbilidades que necessitam de ser tratadas”, explicou. Neste momento, adiantou o responsável, hospital ponderar “deixar ficar para trás as cirurgias”

À data estão internadas “ à volta de 30 e tal” pessoas e o hospital está a programar altas médicas. “Hoje e amanhã sairão dois doentes ou três e virão outros. Há uma pressão muito grande nos hospitais, as pessoas ainda não se aperceberam muito bem que isto está em completa rutura e é necessário que tenham responsabilidade com o que se está a passar”, referiu o clínico.

Com um total de 60 camas, o hospital disponibilizou toda a sua capacidade para a Administração Regional de Saúde do Centro e Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. “Há que, neste momento, resolver esta situação que é a pandemia”, notou.

À Rádio Boa Nova, Álvaro Herdade assegurou que não há doentes Covid internados no hospital, mas frisou que a unidade hospitalar tem “capacidade para tratar doentes Covid”. Deu o exemplo dos casos positivos do lar de idosos da instituição, que foram tratados pelo hospital”. “Desde que não sejam doentes que necessitem de ventilação e cuidados intensivos”, explicou.

Questionado sobre o atual momento da pandemia, Álvaro Herdade apelou ao civismo das pessoas no cumprimento das regras e necessidade de permanecerem em casa, lamentando que algumas pessoas andem “a brincar”.

“Continuam a vir às compras duas e três pessoas, vemos famílias inteiras dentro dos carros, tudo isso tem que acabar. Deve vir uma pessoa fazer as compras. Neste momento, Portugal é um país de atletas. Nunca vi tanta gente a fazer corridas. Alguns até passeiam a trela sem cão. Acho que as pessoas estão a brincar, mas quando necessitarem de um ventilador as pessoas vão pensar duas vezes. Ainda continuamos, na mesma, a brincar com isso”, comentou. Deu ainda o exemplo de um doente de Seia , que de domingo para segunda, “veio aqui ao hospital com toda a sintomatologia de Covid, quando todos dizem para que fique em casa e ligue para a Saúde 24”. “É uma situação muito grave, em que não respeitam o esforço que está ser feito pelos profissionais de saúde”, notou.

“Não estamos melhor hoje do que estávamos há 15 dias e abrimos as escolas”

Também no entender do presidente o CA da FAAD, as escolas deviam ter sido fechadas. “Ainda ontem, na mortalidade, tivemos duas mulheres com menos de 30 anos. O preocupante é a cadeia de circulação, porque as crianças vão nos transportes públicos, estão com outras crianças e vão para casa. Podem ser a cadeia de transmissão do vírus para as pessoas que têm casa, os seus avós. O maior erro em Oliveira do Hospital foi as escolas terem aberto. Não estamos melhor hoje, do que estávamos há 15 dias e abrimos as escolas”, lamentou.

À Rádio Boa Nova, Álvaro Herdade disse ainda que, no que respeita a infeções ativas, nas outras valências da FAAD, não existem casos no Jardim de Infância . No no lar, onde chegaram a existir “20 casos entre colaboradores e utentes”, apenas três utentes se mantêm ativos. “Estou convencido que já dão negativo. São utentes que estão assintomáticos, estão bem e todos eles já têm perto dos 20 dias de tratamento”, referiu.

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