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Hoje assinala-se o Dia Internacional do Bombeiro

Hoje, no dia em que se assinala o Dia Internacional do Bombeiro, as corporações dos Bombeiros Voluntários do concelho de Oliveira do Hospital atravessam um momento “estável”, …

… apesar de sentirem dificuldades em “manter os recursos humanos”. Neste momento, a questão da saúde no concelho afigura-se como “um dos graves problemas”.

Emídio Camacho, comandante dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital (BVOH), avalia o momento atual da sua corporação como “estável” em recursos, seja “em equipamentos e materiais”, seja “humanos”. Sem esquecer o dever de “servir a comunidade de acordo com aquilo que está legislado”, Emídio confessa que “no corpo de bombeiros trabalha-se muito” a “situação dos recursos humanos”. “Sou a favor da semiprofissionalização, mas é preciso termos estruturas sólidas para que se consiga que estas associações tenham meio de subsistência próprio”, afirma o comandante dos 100 bombeiros que ali exercem funções.

Numa altura em que se discute a “crise do voluntariado”, Emídio Camacho afirma que “tem de haver muito trabalho à retaguarda, que permita fazer com que os jovens adiram a esta causa”, frisando que, por enquanto, tem-se “conseguido levar a bom porto”.

A pouco tempo de ter início o período crítico dos incêndios, o responsável dá conta de que “o dispositivo vai ficar a funcionar normalmente”. “Aliás, até se aumentou o dispositivo”, acrescentou. No que respeita ao fatídico dia 15 de outubro, o comandante diz que “é muito mau se os outros passarem” pela mesma situação e, por isso, “se tiver oportunidade de poder ajudar”, vai fazê-lo “com todo o gosto”.

A área da saúde tem tido repercussões na corporação dos BVOH. Para Emídio, “mexer na saúde é sempre complicado”, mas “falar sobre ela no concelho de Oliveira do Hospital, mais complicado se torna”. Uma vez que “deixou de haver gestão do espaço físico”, o responsável pelo comando confessa que tiveram de “aumentar os recursos humanos e equipamentos em ambulâncias que permitisse ter capacidade de resposta”.

Para António Pinto, comandante dos Bombeiros Voluntários de Lagares da Beira (BVLB), a sua equipa atravessa um “momento bom”, porém, podia “estar melhor em termos de pessoal”, evidenciando que é uma situação “geral no país”.

Com um efetivo de 50 elementos, António Pinto aponta a “desertificação” como o maior obstáculo. A questão de “não haver jovens” é a “base da dificuldade de um corpo de bombeiros”.

O estado das viaturas é outra situação preocupante. “As nossas viaturas estão todas velhas, têm mais que a idade permitida pelo dispositivo, ou seja, 20 anos”, referiu. Para o comandante, o objetivo principal é de “renovar uma frota”, situação que não lhe “parece que seja possível”.

Com a corporação “exatamente preparada como estava antes do 15 de outubro”, António Pinto tem a certeza de que a tragédia “não se voltará a repetir”, uma vez que se tratou de uma “fatalidade, um momento único”. “O 15 de outubro é um caso esporádico”, disse.

Questionado acerca da atitude das populações perante a lei que obriga à limpeza dos terrenos, o comandante dos BVLB refere que já se “nota” o cumprimento da legislação. O que aconteceu no concelho no passado mês de outubro “mostrou uma realidade diferente”, afirma, acrescentando que “a população está a cumprir”.

As alterações no campo da saúde que se têm sentido nos últimos meses no concelho “afetam bastante a corporação”, diz António Pinto, referindo mesmo que “é um dos graves problemas que a associação vai travar”. “A lei obriga-nos a deixar os doentes e depois a ficarem ao destino deles próprios”, conta. Apesar do “aspeto financeiro” ser também preocupante, uma vez que é a “sustentabilidade da associação”, o responsável afirma que “os primeiros cuidados em termos do socorro são importantes e deveria ser invertida esta situação o mais urgente possível”, acrescenta.

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