O concelho de Oliveira do Hospital regista mais dois casos de Covid-19. Trata-se de uma mulher e um homem, sem qualquer ligação entre si, e que não estão relacionados com casos anteriormente identificados.
Em declarações à Rádio Boa Nova, a Delegada de Saúde Pública, Guiomar Sarmento, referiu que os locais de trabalho dos dois novos casos ativos “estão a ser rastreados”.
Esta manhã, também em declarações à Rádio Boa Nova, o presidente do Município de Oliveira do Hospital adiantou que, com o surgimento de dois novos casos, sobe para 19 o número de casos ativos no concelho.
José Carlos Alexandrino referiu que os dois novos casos são uma mulher “funcionária do Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital e um cidadão da União de Freguesias de Oliveira do Hospital e S. Paio de Gramaços”. No caso da funcionária da escola sede do AEOH, esta manhã foi feita desinfeção “contratada pela Câmara Municipal” no local onde trabalhava. Segundo o autarca “não se trata de uma auxiliar de ação educativa”, pelo que não tinha contacto próximo com os alunos. Segundo o autarca, os dois novos casos apresentam sintomas, nomeadamente febre, tosse e dores de cabeça.
Num ponto de situação relativamente à Covid-19 no concelho, o autarca informou que do grupo de 19 casos ativos, fazem parte dois utentes do lar da Fundação Aurélio Amaro Diniz, 11 alunos da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital (ESTGOH), um jovem da Bobadela a estudar na Universidade de Coimbra (os pais tiveram testes negativos), a família (pai, mãe e filho) de Lagares da Beira, a que se juntam os dois novos casos identificados.
“Continuamos com a família de Lagares da Beira, de três casos, em que o filho é aluno da Escola Secundária. Os testes feitos a contactos próximos deram todos negativos. Aguardamos que outros alunos façam mais testes”, referiu José Carlos Alexandrino.
Relativamente ao surto na ESTGOH, o autarca referiu que os alunos infetados vão voltar a fazer teste e acredita que irão “dar negativo”. Segundo José Carlos Alexandrino a cadeia está confinada ” aos alunos sinalizados, situação que considera “positiva”.
Quanto à família de Lagares da Beira, da qual faz parte o aluno da Escola Secundária, o autarca indicou que foram feitos testes, tendo todos dado negativo. “Aguardamos que outros alunos façam mais testes”.
Sobre os dois casos novos que apareceram, ambos “apresentam sintomas”. “Fizeram o teste porque apresentavam sintomas, como febre, tosse e dores de cabeça. E, por isso, neste momento a autoridade de saúde com a equipa da Covid-19 está a estudar a cadeia de transmissão para que sejam feitos testes”, referiu.
No conjunto de 19 casos ativos, “há três pessoas com sintomas, o que não é muito habitual”, referiu, indicando que estão nesta situação “o pai da família de Lagares e os dois últimos casos”. São casos em que ainda “não é preciso o internamento”, mas que “são casos que nos preocupam”.
“Eu diria que, neste momento há uma cadeia crescente dentro do concelho. Os casos da ESTGOH dão-nos alguma segurança.
Ainda nos preocupam alguns alunos da Secundária que farão testes. Ainda não é um número (19) em que não se possam cortar as cadeias de transmissão, mas de qualquer maneira, é um número que nos preocupa. Temos ainda outras pessoas que têm indicado ter sintomas e estão para fazer os testes de zaragatoa”, contou.
Neste momento, José Carlos Alexandrino considera que o concelho está “numa fase muito decisória”. Alerta, por isso, os jovens, “porque nunca tivemos um número tão grande de pessoas infetadas”. “Os jovens têm que ter um grande sentido de responsabilidade, porque “isto passa por aquilo que cada um faz individualmente ou a nível coletivo”.
Esta manhã, o autarca oliveirense admitiu que o concelho atravessa uma” fase mais difícil desde o início da pandemia”. José Carlos Alexandrino está preocupado com os três últimos casos sinalizados, (o pai de Lagares, a funcionária do AEOH e o cidadão da UF de S. Paio de Gramações e Oliveira do Hospital), por haver muita “dificuldade em descobrir onde tiveram origem”. “Não conseguimos, até agora, vislumbrar de onde partiu a cadeia”, disse, dando conta de que “há uma preocupação acrescida” e apelando ao cumprimento das regras da Direção Geral de Saúde.
Segundo o autarca, verifica-se agora um “quadro diferente” relativamente aos três casos em que é desconhecida a origem da cadeia, por apresentarem sintomas, como tosse, febre e dores de cabeça.
Esta manhã, em declarações à Rádio Boa Nova, o autarca esclareceu ainda um segundo óbito que surgiu associado a Oliveira do Hospital “em alguns boletins”. “Foi aquele caso da Fundação Aurélio Amaro Diniz (FAAD), mas “está provado que não foi por Covid”, mas foi devido a “doença cancerosa”.
(Atualização) Uma familiar próxima do utente falecido, em contacto que estabeleceu com a Rádio Boa Nova, disse que idoso “faleceu no dia 22 de outubro” e que, durante o período de internamento, “testou sempre positivo para a Covid-19” e “nunca foi dada a informação de que padecia de doença oncológica”.
Contactado pela Rádio Boa Nova, Álvaro Herdade, presidente do Conselho de Administração da FAAD adiantou que à data do falecimento, o utente nonagenário ” já tinha testado negativo para a Covid-19 há uma semana”. “Manteve-se em Coimbra devido a complicações oncológicas ao nível digestivo”, referiu Álvaro Herdade, informando que a situação era do conhecimento da filha.