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“Há casos a mais de violência doméstica para um concelho da nossa dimensão”

O presidente do Município de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, mostrou-se desconfortável com o número de…

… casos de violência doméstica identificados no concelho nos últimos meses, num total de 38, sendo 17 identificados pela equipa social do Município e 21 pela própria GNR. “Acho que são casos a mais para um concelho da nossa dimensão. O ideal seria haver zero casos”, comentou.

José Carlos Alexandrino falava assim, ontem, na abertura do 3º Encontro Distrital de Boas Práticas de Igualdade, Cidadania e Não discriminação que decorreu em Oliveira do Hospital. Diante de vários responsáveis distritais e na presença do Delegado Regional da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género Norte, o autarca oliveirenses disse que a promoção da igualdade passará por “um combate de mentalidades”, porque “tem a ver com a nossa formação e educação”. “Quem é frágil ainda é, sobretudo, a mulher e isso tem muito a ver com essa mentalidade”, referiu José Carlos Alexandrino.

Satisfeito por não haver qualquer caso de morte no concelho por violência doméstica, Alexandrino entende que os 38 casos identificados numa população de 20 885 habitantes são “casos a mais”. E passa da dimensão concelhia para a dimensão nacional, para verificar que “nunca seremos um país evoluído, enquanto tivermos este número de mortes de mulheres a que assistimos todos os dias”.

O 3º encontro Distrital de Boas práticas de Igualdade, Cidadania e Não Discriminação serviu de encerramento à iniciativa “junho/ mês da Igualdade” que teve como momento alto o dia 21 de junho, Dia Municipal para a Igualdade, que desde 2011 segue o mote  de “O Sol quando nasce é para tod@s”. José Francisco Rolo, vice presidente do Município oliveirense explicou que “o que fazemos em Oliveira do Hospital no domínio da promoção da Igualdade de Género, combate à violência doméstico e aos estereótipos tem sido feito em rede”. “Este é um projeto da rede social ancorada no mês da igualdade. Não aceitamos como normal ou aceitável a morte, nos últimos anos, de várias centenas de mulheres”, afirmou o também vereador do pelouro da Ação Social no concelho oliveirense. José Francisco Rolo Informou ainda que o município dispõe da linha de apoio 238 605 260, atrás da qual se encontra “uma psicóloga, uma socióloga, assistentes sociais e uma jurista para apoiar mulheres e homens que sejam vítimas de discriminação e principalmente de violência doméstica”.

Presente no encontro distrital, Manuel Albano, Delegado Regional da CIG, constatou que o concelho de Oliveira do Hospital “tem uma vitalidade que se pretende dar a esta matéria”. “A linha que gostamos de seguir é o envolvimento de toda a rede e da comunidade, não chega a ser a autarquia a desenvolver as atividades. Se os parceiros sociais, se a rede social não estiver amplamente envolvida no trabalho de desconstrução construção do que é ser cidadão e cidadã e todas as questões que gravitam à sua volta, o sucesso das ações não irá consolidar-se”.

O 3º Encontro Distrital de Boas Práticas de Igualdade, Cidadania e Não Discriminação contou com a intervenção de vários responsáveis locais e regionais sobre o tema e culminou com a exibição do documentário “Igual entre Iguais” – Igualdade Local, Cidadania Responsável.

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