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Grupo VITA recebeu 105 queixas de abusos na Igreja num ano. Lesados com idades entre os 5 e os 25 anos

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O Grupo VITA, que acompanha casos de violência sexual na Igreja Católica em Portugal, identificou, no primeiro ano de funcionamento, 105 alegadas vítimas e um leigo que terá cometido crimes sexuais no contexto da Igreja.

Criado pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e tendo entrado em funcionamento em 22 de maio de 2023, o Grupo VITA recebeu neste primeiro ano 485 chamadas telefónicas, as quais “não correspondem exclusivamente a situações de violência sexual no contexto da Igreja”. Das que estão dentro do objeto do seu trabalho, e nos contactos recebidos através da linha telefónica e do formulário disponível no seu site ou por ‘email’, foram identificadas 105 vítimas de violência sexual e uma pessoa (leigo) que cometeu crimes sexuais no contexto da Igreja”, situação que tinha já sido sinalizada “às entidades penais e canónicas”.

Quanto aos pedidos de ajuda recebidos, foram realizados 64 atendimentos (presenciais ou online) com vítimas de violência sexual, acrescenta o órgão liderado pela psicóloga Rute Agulhas.

Grupo informou autoridades de 24 casos de abuso no seio da Igreja

O Grupo VITA comunicou no último ano 24 casos às autoridades judiciais.

O Grupo “comunica à PGR [Procuradoria-Geral da República] e à PJ [Polícia Judiciária] as denúncias de violência sexual no contexto da Igreja, exceto nas situações em que o denunciado tenha falecido ou quando tenha já decorrido, ou esteja a decorrer, processo judicial de natureza criminal”, indica o documento.

“Paralelamente, comunica às estruturas da Igreja, em função da natureza da situação e da identidade do denunciado”, nomeadamente, às Dioceses, às Comissões Diocesanas, aos Institutos de Vida Consagrada ou à Nunciatura”, tendo sido sinalizadas 66 situações neste âmbito, 43 das quais às Comissões Diocesanas.

As consultas de Psicologia e de Psiquiatria estão a ser asseguradas pela bolsa de profissionais constituída pelo Grupo VITA, que integra 67 psicólogos e cinco psiquiatras, sendo os custos suportados pela Igreja.


Vítimas de abuso na Igreja com idades entre os 5 e os 25 anos

A idade mais prevalente das vítimas de violência sexual no seio da Igreja Católica em Portugal que apresentaram queixa ao Grupo VITA era de 11 anos à data dos abusos.

“Em termos da idade em que ocorreu a primeira situação de violência sexual, esta varia entre os 5 e os 25 anos, sendo a idade mais prevalente a dos 11 anos, seguida dos 7, dos 12 e dos 14 anos. Quando se analisa a idade em que ocorreu a primeira situação de violência sexual em função do sexo das vítimas, verifica-se que existe um número mais elevado de vítimas do sexo masculino na faixa etária dos 11 anos”, refere o relatório.

LUSA

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