Por ocasião de mais uma peregrinação a Fátima, por se aproximar a comemoração do 102º aniversário da primeira aparição de Nossa Senhora…
… aos pastorinhos de Fátima (dia 13), o grupo “Stop Solidário”, volta a prestar apoio aos vários grupos que seguem o “caminho da fé” pela berma EN17, conhecida como Estrada da Beira.
Silvana Matias, de 37 anos, e Paula Cristina de 48 anos integram o grupo que iniciou a caminhada na segunda-feira e ontem, dia 7, chegou perto da hora de almoço ao lugar de apoio ao peregrino, localizado junto da Capela do Divino Senhor das Almas, na casa da Irmandade e na tenda que ali foi instalada pelo Município de Oliveira do Hospital.
Paula Cristina queixava-se sobretudo de dores musculares e nas costas. Está já é décima vez, consecutiva, que a peregrina segue o “caminho da fé”. Partiu da Mêda, no distrito da Guarda, e à Rádio Boa Nova contou que o faz por ter vindo a ser atendida nas suas promessas. “Nossa Senhora tem-me deitado a mão” disse à Rádio Boa Nova, contando que este ao está a ser “um bocadinho mais difícil”, porque em novembro teve “princípio de um AVC”. “Mas com a ajuda dos colegas vai correr tudo bem”, disse confiante.
No “Stop Solidário”, Paula Cristina encontrou o apoio de que precisava e conselhos úteis para amenizar a dor da caminhada. A Irmã Maria do Carmo Marques, enfermeira e voluntária no “Stop Solidário” falou da importância dos alongamentos antes e depois de caminhar. “Após o banho devem deitar-se de costas e levantar os pés contra a parede. Em relação à coluna vai melhorar e procure não levar peso às costas”, recomendou.
Silvana Matias, com 37 anos, saiu de Pinhel na segunda-feira e, ontem, os pés já começavam a dar sinal de fadiga. À Rádio Boa Nova contou que é a primeira vez que ruma a Fátima a pé e que o faz “pela experiência” e para que Nossa Senhora “dê saúde a toda a gente e se melhore ao nível da guerra e para que haja mais amor”. No segundo dia de caminhada, Silvana disse ter pensado que fosse custar mais um bocadinho, “mas está a ser razoável”. “Há um longo caminho, mas com a fé de Nossa Senhora espero lá chegar, no sábado ainda antes do almoço”, referiu.
José Agostinho Nunes, principal mentor do “Stop Solidário” tinha cuidado dos pés de Silvana e já se dirigia à cozinha para preparar a refeição para o grupo que estava para chegar. À Rádio Boa Nova, o homem que já sentiu as dores e alegria de rumar a Fátima a pé, contou que este ano o apoio começou a ser prestado no domingo dia 5 de maio, e que até ao dia de ontem já tinham prestado auxílio a “uma centena de pessoas”. “Há muita gente a caminho”, verificou, notando que de ano para ano se nota uma melhoria no estado em que as pessoas ali chegam. “A Cruz Vermelha tem estado a dar apoio na nossa estrada. Com muito apoio a pessoas chegam com mais facilidade”, frisou.
O Stop Solidário foi criado em 2001 e a intenção é de “continuar”. “Mas, não sabemos do dia de amanhã”, avisa o principal rosto do projeto, que este ano conta com grande número de voluntários e muitos apoios ao nível de medicamentos e alimentação. “Toda a gente está a colaborar connosco”, refere, contando que o auxilio que ali é prestado não é só ao nível das mazelas físicas, sendo também disponibilizada dormida e refeições . “O espaço é pequeno, mas da pequenez que temos, conseguimos fazer disto aumentado”, afirmou, contando que no dia 5 de maio dormiram na Casa da Irmandade mais de 20 pessoas e o jantar foi oferecido pelo lar de Santa Ovaia. Destacou também, entre outros, o apoio dado pelo serviço da Cáritas de Nogueira do Cravo.
“São já 19 anos e sentimos sempre a felicidade das pessoas. Só elas é que podem dizer como são tratadas aqui. Eles já são uma família. Dentro do que podemos é o melhor que podemos fazer”, referiu
O Stop solidário vai estar aberto até amanhã dia 9. Alguns voluntários vai apoiar o grupo de peregrinos que amanhã vai partir de Oliveira do Hospital ao final do dia, rumo ao Santuário de Fátima.