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Grande incêndio de 15 de outubro foi há 5 anos. Município assinala data com Cerimónia Evocativa

Foi há cinco anos que, neste dia 15 de outubro, o concelho de Oliveira do Hospital foi assolado pelo grande incêndio, que devastou 97 por cento da floresta, destruiu casas e empresas, matou animais e tirou a vida a 13 pessoas.

O trágico acontecimento vai ser, hoje, evocado, pelo Município de Oliveira do Hospital a partir das 17h00, com o executivo municipal a participar numa romagem aos cemitérios das localidades onde se encontram sepultadas as 13 vítimas mortais do incêndio de 15 de Outubro de 2017 (com deposição de uma coroa de flores): Avô, Ervedal da Beira, Nogueira do Cravo, São Gião, São Paio de Gramaços, cemitério velho de Oliveira do Hospital, Travanca de Lagos e Vila Pouca da Beira.

Às 18h00, os sinos das igrejas tocam 13 badaladas em homenagem às vítimas mortais e é celebrada uma missa na Igreja Matriz de Oliveira do Hospital, acompanhada pelo Coral Sant’Ana.

O grande incêndio de 15 de outubro de 2017 foi o acontecimento mais trágico na história do concelho de Oliveira do Hospital, ao qual veio a corresponder uma gigantesca onda de solidariedade para com os oliveirenses.

“Dia 15” é também o título do livro lançado em 19 de março de 2019 pela Rádio Boa Nova que retrata a tragédia vivida no concelho e tudo o que lhe sucedeu. Um exemplar do livro foi, mesmo oferecido, ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que tem página reservada no livro, por dois dias após o incêndio, no dia 17 de outubro, ter vindo a Oliveira do Hospital fazer uma comunicação ao país.

No país, os incêndios registados em outubro de 2017 levaram à morte de 50 pessoas e deixaram um rasto de destruição em mais de três dezenas de concelhos de seis distritos da região Centro. Além das 50 mortes, metade das quais no distrito de Coimbra, os fogos de 15 e 16 de outubro provocaram 70 feridos e destruíram total ou parcialmente cerca de milhar e meio de casas e mais de 500 empresas.

O maior número de mortos registou-se nos distritos de Coimbra (13 no concelho de Oliveira do Hospital e 12 nos de Arganil, Pampilhosa da Serra, Penacova e Tábua) e de Viseu (17 nos concelhos de Carregal do Sal, Mortágua, Nelas, Oliveira de Frades, Santa Comba Dão e Tondela). Os restantes falecimentos ocorreram na autoestrada Aveiro-Vilar Formoso (A25), nas zonas de Sever do Vouga (Aveiro) e de Pinhel (Guarda), e no concelho de Seia (Guarda).

Atualmente, duas das 823 habitações destruídas e abrangidas pelos apoios do Estado estão ainda a ser recuperadas, referiu a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC). Situadas nos municípios de Oleiros e de Oliveira do Hospital, as duas habitações “correspondem a um apoio cujo beneficiário optou por assumir a reconstrução da habitação e a um apoio para aquisição de um imóvel cuja conclusão do respetivo procedimento está dependente do beneficiário”, esclareceu.

Os prejuízos foram também grandes na agricultura e na agropecuária, com a destruição de extensas áreas de floresta e a morte de milhares de animais. Milhares de postos de trabalho e o suporte económico de muitos dos concelhos afetados ficaram em risco devido a estes incêndios, que provocaram também falhas em serviços essenciais, como energia, água e comunicações.

Um relatório da Comissão Técnica Independente (CTI) referiu que foram atingidos mais de 220 mil hectares de território na região Centro, cerca de 190 mil hectares dos quais de floresta (quase 90% de pinheiro-bravo e de eucalipto).

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