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Saúde gerou polémica na Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital

O deputado do PSD, João Brito, viu rejeitada a proposta que apresentou em reunião da Assembleia Municipal para reposição do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) 24 horas por dia.

O social-democrata foi acusado de “cinismo político” por eleitos do PS, por entre outros aspetos, não ter sido visto na manifestação promovida pelo executivo camarário PS, liderado por José Carlos Alexandrino.


“Os oliveirenses vivem em constante angústia no setor da saúde”, referiu João Brito, que a criticar a atuação do governo e do executivo PS, que “não trouxe melhorias ao concelho” com a passagem do atendimento noturno para o hospital da Fundação Aurélio Amaro Diniz (FAAD), verificou que “nem sempre as decisões tomadas” pelo executivo refletem o lema de que em primeiro lugar estão as pessoas. A notar que, no que toca à saúde e às decisões tomadas no passado, “o PSD soube sempre assumir a sua responsabilidade”, o eleito pelo PSD apresentou uma proposta a solicitar ao ministro das saúde a reposição do SAP 24 horas por dia no Centro de saúde.

Esta foi, contudo, uma proposta que não caiu bem junto da maioria socialista. Carlos Maia considerou que a proposta “traz algum cinismo político”, recordando nunca ter visto o anterior presidente de Câmara PSD a apelar à solidariedade da Assembleia Municipal, por ocasião da instalação da SUB em Arganil. “Isto é de um cinismo político tremendo”, reforçou o deputado, considerando que a colaboração com a FAAD para o período noturno foi “uma ótima opção”. “Todos nós sabemos que o SAP funcionava quase como uma passagem de doentes para Arganil ou para Coimbra”, disse.

Já o presidente da Câmara Municipal, José Carlos Alexandrino, questionou o deputado do PSD se, por ocasião da manifestação, já era militante do PSD ou ainda apoiava o projeto independente. “É que eu não o vi lá!”, referiu. Lembrou ainda João Brito de que nessa altura, com o governo PSD/ CDS, o concelho tinha 16 mil utentes sem médico de família e que agora, com a chegada de dois novos médicos, são cerca de dois mil.  “Se há aqui alguém que sempre esteve na defesa dos oliveirenses sou eu e o meu executivo”, afirmou, recordando que por isso se viu na necessidade de avançar com a criação da Unidade Móvel de Saúde.

“Se não fosse este executivo, não tínhamos SAP noturno”, continuou o autarca, explicando que o acordo com a FAAD foi a solução encontrada, depois de os próprios médicos, “com a conivência do ACES” se recusarem a fazer SAP noturno. Os mesmos médicos que, como referiu o autarca, também decidiram não manter o modelo de SAP durante o dia. “Devemos todos lutar por um SAP 24 horas por dia. As bancadas devem-se unir”, defendeu Alexandrino

A proposta apresentada por João Brito acabou por ser rejeitada, registando-se seis votos a favor e três abstenções.  André Duarte, deputado do PS, votou pela abstenção, por considerar uma “ilusão” que o serviço prestado pela FAAD seja melhor do que o que era prestado pelo SAP. Manifestou-se ainda contra o investimento público numa unidade privada. A propósito, o jovem do CDS-PP, Rafael Dias aplaudiu a bancada do PS  por concordar com a prestação daquele serviço no hospital da FAAD. Apelou, porém, para que se resolva o problema ao nível da emergência médica, uma vez que o serviço de INEM não reconhece o acordo que foi feito com o hospital da FAAD e encaminha todos os casos para Coimbra, ou para a Guarda. “É uma falha latente que deve ser resolvida, o quanto antes. Isso é desumano. É desrespeitar os direitos básicos”, referiu.

Ao ver a sua proposta rejeitada, o deputado do PSD notou que o que sai da Assembleia é que o PS “é a favor do encerramento do SAP entre as 20h00 e as 08h00 e que está muito bem com o serviço prestado na FAAD”. “Vão ter que explicar isto às populações”, avisou.

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