O executivo da Junta de Freguesia de São Gião “demonstra uma posição pública de protesto” contra a nomeação de Manuel Garcia para presidente da Fundação Albino Mendes da Silva.
Em comunicado enviado à Rádio Boa Nova, o presidente da Junta de Freguesia lamenta a “ausência de comunicação direta por parte da presidência da Câmara volvidas duas semanas sobre a votação da referida nomeação”. Para Rafael Dias, “urge reestabelecer a veracidade dos factos de todo o processo, bem como demonstrar uma posição pública de protesto para com a nomeação escolhida do Dr. Manuel Garcia, ex-candidato do Partido Socialista à Junta de Freguesia sangianense nas últimas autárquicas e membro da direção desta entidade há duas décadas”.
“Contrariamente ao que foi dito pelo senhor presidente de câmara na última reunião do executivo, de 26 Maio de 2022, a Junta de Freguesia de São Gião não só avançou com nomes para a presidência da Fundação Albino Mendes da Silva, como o fez atempadamente há mais de sete meses, no decorrer do mês de Novembro do ano transato”, lê-se na nota.
O autarca refere que “deste então, foram esgotadas todas as formas de diálogo com a presidência, sempre com total respeito e lealdade para com o interlocutor, reiterando a necessária celeridade para o processo, que inexplicavelmente se arrastou ao longo de oito meses, colocando em causa a preparação de uma época balnear e deixando em suspenso qualquer plano turístico do executivo da freguesia”. Rafael Dias sublinha que, “para além disso, com total boa-fé, na reunião entre a presidência e a junta de freguesia em Janeiro último, o executivo pôs ainda à disposição do presidente, José Francisco Rolo, o lugar a que tem direito na administração da fundação, para que pudessem ser nomeadas individualidades com experiência profissional e currícular na área de hotelaria, restauração e turismo”.
“Sucede que nenhuma das sugestões foi levada em conta, numa falta de consideração perante um órgão democraticamente eleito pela maioria dos sangianenses, que se consubstancia no silêncio total até ao momento e que nos leva a recorrer à comunicação social. Se é certo que, estatutariamente, a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital tem o direito de nomear quem bem entender para o cargo, sem limite de mandatos ou pré-requisitos curriculares, também é certo que a edilidade municipal resolveu rasgar uma praxe democrática posta em prática desde o nascimento da Fundação Albino Mendes da Silva. A condução para a presidência da mesma de um nome da confiança do executivo vencedor do sufrágio democrático para a junta de freguesia de São Gião”, afirma.
Para a Junta de Freguesia, “esta tradição democrática não era um acaso, na medida em que, como é logicamente reconhecido, a Fundação Albino Mendes da Silva é um eixo estrutural de qualquer estratégia local de desenvolvimento que qualquer executivo possa ter à frente dos destinos da freguesia”.
“É, pois, por isso que, em nosso entender, devem ser esclarecidos todos os fregueses e munícipes da actual situação”, apela Rafael Dias, adiantando que, “da parte da Junta de Freguesia de São Gião havia já uma estratégia, dada genericamente também a conhecer à presidência municipal, para a Fundação, tendo gerado o entusiasmo de alguns empresários regionais da área da restauração e da hotelaria”.
“Não poderia ser de outra forma, dado o marasmo e a degradação, reconhecida por todos, do Parque de Campismo de São Gião. Ora, a decisão da Câmara Municipal foi a de caucionar a ausência de estratégia que preside ao parque nos últimos largos anos e legitimar uma gestão sem qualquer rumo de um espaço nobre com exponencial potencial social, turístico e económico, preferindo servir o PS a servir São Gião. Assim, perguntamos: qual a estratégia do senhor presidente da Câmara para a Fundação Albino Mendes da Silva?”, questiona Rafael Dias.