A confiança de responsáveis políticos e religiosos na força das populações e no futuro da região interior afetada pelo incêndio que eclodiu há um ano em Pedrógão Grande, marcou as celebrações do primeiro aniversário da tragédia.
O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, que esteve em Castanheira de Pera e Pedrógão Grande, distrito de Leiria, no fim de semana, sublinhou ontem, à entrada da missa de homenagem às vítimas, que existe na região uma “mistura de que é feita a vida” e, se considerou importante o passado que não se pode esquecer, “é mais importante o futuro”, disse o chefe de Estado.
Marcelo argumentou ainda que “todos”, nos dias de hoje, estão a tentar construir “mais coesão, para haver menos desigualdade entre os diferentes ‘Portugais'”, depois de no sábado, em Castanheira de Pera, ter afiançado que uma das grandes lições a retirar do incêndio que deflagrou há um ano em Pedrógão Grande e que provou 66 vítimas mortais e mais de 250 feridos foi o despertar de um “Portugal metropolitano” em relação aos ‘Portugais’ desconhecidos.
Já o primeiro-ministro António Costa, que participou na missa de homenagem em Pedrógão Grande, realçou a capacidade de resiliência e de superação das populações, considerando que são “uma força inspiradora”.
António Costa destacou também a capacidade de reconstrução na região afetada pelo grande incêndio de Pedrógão Grande e lembrou que apenas três pessoas não tiveram vontade de reconstruir as suas casas de primeira habitação e que a generalidade das empresas afetadas decidiu avançar com a reposição do potencial produtivo. ´
Por seu turno, o bispo da Diocese de Coimbra, Virgílio Antunes, enalteceu na sua homilia a “fortaleza interior” e a força da esperança da população afetada pelos incêndios de Pedrógão Grande.
As cerimónias e outras iniciativas serviram, igualmente, para vários alertas, desde logo um, do primeiro-ministro António Costa, que defendeu que o país tem de se habituar “a não aguardar pelas tragédias” para dar importância àquilo que é estrutural, elegendo a floresta e o interior como prioridades.
António Costa sublinhou que o desafio é “para muitos anos”, visto que a revitalização do interior e a reforma florestal serão matérias que levarão “o seu tempo”, face ao território extenso e “muito abandonado” do interior.
lusa.pt