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Foram entregues 13 casas recuperadas em Oliveira do Hospital (com vídeo)

O Município de Oliveira do Hospital e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) formalizaram, hoje, a entrega de 13 casas recuperadas, …

… que foram destruídas no grande incêndio de 15 de outubro. Ao abrigo do Programa de Apoio à Reconstrução de Habitação Permanente, no concelho,  estão concluídas 96 habitações de um total de 127, encontrando-se 31 em fase de execução.

O momento esta manhã era de felicidade, tal como confirmou o presidente do Município de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, notando estar tão feliz como as pessoas que viram as suas casas recuperadas. “Ainda há muito por fazer, mas muito está feito”, afirmou o autarca que enalteceu o trabalho e apoio da presidente da CCDRC, Ana Abrunhosa e da sua equipa, bem como da equipa da Câmara Municipal. Para o autarca ”hoje é um dia de alegria”, na certeza também de que “a maioria das pessoas está melhor alojada do que estava antes”. Criticou os que dizem que também gostariam que lhes tivesse ardido a casa para terem uma casa melhor. “É algo que me choca. Quando uma pessoa diz isto é porque não sabe o que é o sofrimento e perder a memória da nossa vida”, exclamou.

Neste momento há ainda 31 casas em execução e José Carlos Alexandrino só será “um homem mais feliz” no último dia em que entregar as casas todas. Reprovou os que se têm aproveitado da situação de algumas pessoas para “números mediáticos” e desafiou-os a “candidatarem-se aos cargos quando há disputa de eleições”.

“Chega de fazerem aproveitamento à custa da dor das pessoas”

Na entrega formal de 13 habitações recuperadas, Ana Abrunhosa, presidente da CCDRC informou que, até à próxima semana, serão entregues  mais sete habitações. “Neste último período falamos de 30 habitações entregues”, afirmou a responsável, assegurando que  ao proprietário de cada casa é entregue um “dossiê” com as características das habitações. “As casas têm fiscalização e garantia”, afirmou Ana Abrunhosa, assegurando que após a entrega das chaves, continua a ser dada resposta a situações que não tenham ficado totalmente resolvidas. “Não entregamos e lavamos as mãos. Não” referiu. Ao conjunto das 13 famílias desejou que “sejam muito felizes e tenham saúde para as (casas) viver e usufruir”.


Ana Abrunhosa, referiu que o Programa de Apoio à Reconstrução de Habitação Permanente está acompanhar a reconstrução de 805 habitações afetadas pelo grande incêndio na região. “As que estão mais atrasadas são aquelas em que os familiares assumiram o processo”, explicou. No concelho de Oliveira do Hospital há cinco casos. Cerca de um ano e meio depois da catástrofe, a responsável lembrou que “nunca isto aconteceu no país, nem nunca aconteceu a possibilidade de vos serem retribuídas as habitações”. Garantiu que este é um processo “transparente”.

De olhos postos nas 13 famílias que foram vítimas do incêndio, Ana Abrunhosa disse que “chega de fazerem aproveitamento à custa da dor das pessoas”. “Isso é desumano”, referiu a responsável reagindo claramente às reportagens em que foi usada a fragilidade das pessoas para apontar o dedo ao trabalho da CCDRC e autarquias no apoio às populações. “Desejo do fundo do coração, que tenham saúde e muita felicidade e que resistam à inveja pequenina e fiquemos felizes porque o nosso vizinho está feliz e porque resolveu esta situação”.

No conjunto das famílias a quem hoje foi formalizada a entrega das habitações sobressaiu uma bebé, nascida após o trágico incêndio, filha de um casal estrangeiro que à data do incêndio já tinha uma menina. Mas também há a registar o falecimento de um homem que não resistiu à dor de ver destruída toda uma vida de trabalho, cabendo hoje à esposa, Altina dos Santos, de 80 anos e à filha Anabela assinar o contrato referente à entrega da habitação recuperada na Quinta das Tapadas. À Rádio Boa Nova, a filha Anabela mostrou-se grata pelo apoio que lhes foi prestado. “Temos que nos confortar com aquilo que nos deram que foi bastante”, afirmou.

Maria José Garcia, com casa recuperada na Chamusca da Beira, não conseguia conter a alegria de hoje poder passar a terceira noite na casa nova que “está muito boa”. Depois de uma vida em Lisboa, onde perdeu o filho com 36 anos, tinha decidido regressar a Oliveira do Hospital, trazendo tudo, todas as recordações. O incêndio levou-lhes tudo. Agora, “só peço a Deus que nos dê mais uns aninhos para podermos realmente usufruir com a minha família, porque foi muito mau”, partilhou com a Rádio Boa Nova.

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