Os grandes fogos de outubro revelaram as dificuldades que os municípios têm para liderar procedimentos relacionados com a emergência e o socorro, designadamente em resultado dos incêndios rurais.
De acordo com o documento da comissão criada para analisar os fogos, o inquérito lançado junto de 125 câmaras municipais contactadas, com 92 respostas válidas, permitiu evidenciar que a ativação do Plano Municipal de Emergência “não acrescentou qualquer mobilização extraordinária de meios”.
“Um número significativo (cerca de 60%) referiu que ativou o Plano Municipal de Emergência, embora dois terços destas tenham declarado também que essa ativação não acrescentou qualquer mobilização extraordinária de meios”, refere o documento.
De acordo com a comissão, o âmbito municipal é “impeditivo para a criação de soluções sólidas, bem apetrechadas, profissionalizadas e capacitadas para as primeiras intervenções”, aconselhando por isso, a criação se soluções intermunicipais que podem revelar-se “mais adequadas”, pelo que deveriam ser concebidas em torno de conjuntos de autarquias ou através das próprias Comunidades Intermunicipais (CIM).
Segundo o documento, as dificuldades das autarquias resultam da necessidade de integrar “recursos humanos qualificados e especializados, relações com instituições produtoras de conhecimento (IPMA) e com as entidades vocacionadas para o estabelecimento das estratégias e para a utilização dos meios operacionais (Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais – AGIF, Autoridade Nacional Proteção Civil)”.
A comissão técnica concluiu que falhou a capacidade de “previsão e de programação” para “minimizar a extensão do incêndio” na região Centro.
Fonte: Lusa