Um quarto dos incêndios rurais registados este ano teve como origem o fogo posto, sendo a segunda causa mais frequente depois das queimas e queimadas, segundo o último relatório o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
O ICNF avança que, até à data, o incendiarismo, designadamente de pessoas imputáveis, foi responsável por 25% do total. O total das queimas e queimadas são a principal origem dos fogos registados este ano, que representam 45% do total das causas apuradas, nomeadamente as queimadas de sobrantes florestais ou agrícolas (21%) e queimadas para gestão de pasto para gado (13%). De acordo com o documento, 8% foram devido a motivos acidentais, como uso de maquinaria e transportes e comunicações, 6% tiveram como causa os reacendimentos, e 2% a queda de raios.
Os incêndios florestais consumiram até 31 de agosto mais de 106.500 hectares, o quarto valor mais elevado de área ardida dos últimos 10 anos.
O ICNF indica que, entre 01 de janeiro e 31 de agosto, ocorreram 9.701 incêndios rurais que resultaram em 106.639 hectares (há) de área ardida, entre povoamentos (54.328 ha), matos (42.367 ha) e agricultura (9.944 ha).
O relatório avança que o ano de 2022 apresenta, até ao dia 31 de agosto, o sexto valor mais elevado em número de incêndios e o quarto valor mais elevado de área ardida desde 2012.
O ICNF precisa que também foram os concelhos da Guarda, Manteigas, Covilhã, Vila Real e Ourém os mais afetados.
O maior incêndio até à data foi o que começou a 06 de agosto no concelho da Covilhã e que atingiu a zona da Serra da Estrela ao longo de 11 dias, tendo consumido 24.334 hectares de floresta, seguido do fogo no concelho de Murça (Vila Real) que em julho provocou 7.184 hectares de área ardida.