O presidente do município da Figueira da Foz disse hoje que a autarquia está a fazer o possível para proteger a zona costeira do sul do concelho dos galgamentos face à previsão de forte agitação marítima.
Devido às previsões de forte ondulação, os serviços municipais estão desde quarta-feira à noite a erguer uma barreira de areia na praia do Cabedelo, com recurso a uma máquina de rastos, para evitar a invasão do mar, que costuma ser frequente naquela zona. O autarca, que tem reivindicado intervenções urgentes para mitigar os efeitos da erosão, salientou que a Câmara tem trabalhado em estreita articulação com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que está a ultimar uma intervenção “de plano B”.
“Eles virão dentro de dias, espero, reforçar o que existe”, adiantou o presidente da autarquia, adiantando que lhe foi transmitido que se trata de uma intervenção de ajuste direto, face às circunstâncias excecionais.
Santana Lopes considerou que a situação na costa sul do concelho tem tendência a agravar-se, sobretudo na noite de hoje devido à previsão de ondas “com energia três, quatro vezes superior ao normal, mesmo quando o mar está agitado”.
O autarca disse que é possível intervir para evitar que as habitações sejam afetadas e anunciou que o município, em determinadas ruas da freguesia de São Pedro, vai colocar vedações provisórias para que a água não entre nos edifícios, enquanto não estiver resolvida a questão da limpeza e dimensionamento das condutas de águas pluviais.
A forte agitação marítima registada na madrugada de hoje nas praias da costa sul da Figueira da Foz não causou problemas graves, disse fonte da Capitania do Porto.
“Houve alguma água do mar que atingiu zonas mais dentro, ao nível de estradas e orla costeira, mas nas habitações não temos relato de que tenha existido problemas de maior”, disse aos jornalistas o capitão Cervaens Costa, no Cabedelo, uma das zonas críticas.
As previsões iniciais do estado do mar para a madrugada de hoje apontavam para uma situação de agitação marítima preocupante, conjugada com a maré-alta, que iria afetar as praias do Cabedelo, Cova-Gala, Leirosa e Costa de Lavos, vulneráveis e fragilizadas pela erosão costeira.
Segundo Miguel Figueira, do movimento SOS Cabedelo, o pico da agitação marítima não se conjugou com a maré-alta, como estava previsto, e a situação acabou por não ter a gravidade que se esperava.
Para a tarde está prevista novamente a maré-alta, mas o capitão do Porto da Figueira da Foz não perspetiva problemas de maior.
“O pico foi durante a madrugada, entre as 02:30 e as 03:00, quando a altura do mar estava superior, mas a partir de agora estamos a assistir a uma diminuição da altura da ondulação e do período também, pelo que a probabilidade de haver incidentes é menor”, sublinhou.
Fonte: Lusa