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Festa do Queijo Serra da Estrela regressou a Oliveira do Hospital “com coragem”

A Festa do Queijo Serra da Estrela regressou a Oliveira do Hospital com “coragem” para “valorizar um produto de excelência e uma atividade que urge ser protegida”.

Apesar da chuva, foram muitos os que visitaram aquela que é considerada a maior feira do queijo do país. No meio dos enchidos, do queijo, do mel, do vinho, do azeite e do pão, era notória a ansiedade dos 200 expositores neste regresso à feira de forma presencial.

Orgulhoso pelo “empenho de todos” na realização do certame, o anfitrião José Francisco Rolo dirigiu “uma saudação especial do fundo do coração aos produtores e expositores” por marcarem presença.

“Avançámos com coragem e determinação. Quem ouvimos em primeiro lugar foram os produtores e eles quiseram esta feira. O regresso desta festa é importante para a economia local de Oliveira do Hospital e da região com retorno de 2,5 milhões de euros. É um investimento do Município para valorizar um produto de excelência e uma atividade que urge ser protegida”.

Na cerimónia de inauguração, o presidente do Município mostrou-se preocupado com os efeitos da seca e assegurou que a autarquia está “empenhada em valorizar e investir no sector da agricultura”.

“A Festa do Queijo Serra da Estrela representa mais que uma feira. É a projeção de uma região, do concelho de Oliveira do Hospital. É também um investimento no turismo”.

Agora no papel de presidente da Assembleia Municipal, mas considerado o grande impulsionador do certame, José Carlos Alexandrino parabenizou o “trabalho do atual executivo por este trabalho fantástico de continuidade”. Recordando o “percurso interessante da feira que nasceu em 2010”, Alexandrino afirmou que o certame “é uma afirmação do interior, muitas vezes esquecido pelos poderes centrais”. “É preciso muito mais. Estes territórios têm de ser olhados como territórios de oportunidades”, vincou.

Satisfeito por “voltarmos a estar juntos, essencialmente a promover aquilo que de melhor se faz na região, os produtos endógenos”, Emílio Torrão, presidente da CIM de Coimbra, elogiou o Município oliveirense pela “coragem” em regressar ao formato presencial daquela que é uma “festa importante para a economia da região”.

Pedro Machado, do Turismo Centro de Portugal, não hesitou em afirmar que o certame “é uma homenagem àqueles que fabricam o produto de excelência, desde os produtores às queijeiras, pela afirmação da gastronomia regional e do património imaterial”. “Hoje celebramos o retomar do crescimento económico, restaurando a confiança dos consumidores”, afirmou, sublinhando o “valor acrescentado” associado a este tipo de iniciativas.

Ministra da Agricultura anuncia apoios

Foi na maior montra de Queijo Serra da Estrela que Maria do Céu Antunes, Ministra da Agricultura, anunciou apoios e medidas para os produtores que têm passado por inúmeras adversidades. A assumir que “passamos por momentos desafiantes como a pandemia, a seca e a guerra”, a Ministra quis deixar uma «palavra de esperança e de tranquilidade», frisando que “não temos, para já, motivos para alarme” e que o Governo está à “procura de soluções para minimizar os impactos”.

A marcar presença “num território vulnerável” que é Oliveira do Hospital, Maria do Céu Antunes afirmou que também se trata de “um território de oportunidades”. Perante centenas de produtores, a governante adiantou que o Governo vai “financiar a aquisição de espécies autóctones para que haja mais gente a investir na agricultura nesta região”. “Os agricultores que nunca puderam candidatar-se ao Pedido Único já o podem fazer este ano. Vamos aumentar 30% no apoio ao rendimento dos agricultores e aumentar o preço por cabeça animal”, explicou.

“Nesta festa celebramos os homens e as mulheres que não desistem, que acreditam e elevam este território”, rematou.

Produtores satisfeitos com regresso do certame

Poucas horas depois do arranque da Festa do Queijo, o balanço já era positivo para os expositores, mas sobretudo para os produtores.

Mariana Vaz Patto, da queijaria Dos Lobos, já sentia saudades do “contacto com o público» que «muitas vezes só veem  os rostos das queijeiras e dos produtores na feira”. “Estamos muito felizes de estar aqui outra vez. Para nós, é o ponto alto do ano”, afirmou, mostrando-se surpreendida com a “boa afluência apesar da pandemia e da chuva”.

Da queijaria Estrela Artesanal, Judite Pinto fazia já um “balanço positivo”. Após “dois anos difíceis”, a queijeira “não estava à espera da forte afluência”. “Está a surpreender-me pela positiva. Não esperava tanta gente”, disse, adiantando que as vendas estavam “a correr bem”.

Na venda do Queijo Serra da Estrela Amanteigado, do Queijo Velho e do Queijo Creme, Paula Lameiras, da Queijaria dos Lameiras, mostrou-se surpreendida com o elevado número de visitantes “nas primeiras horas do evento”.

Também o oliveirense Paulo Rogério afirmava que “já fazia falta” a conceituada festa que, “no meio de tanto azar”, acaba por ajudar os expositores a “escoar os produtos”.

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