Site icon Rádio Boa Nova

Feira mensal de Oliveira do Hospital reabriu em “segurança e com confiança”

Esta segunda-feira, dia 12 de abril, foi retomada a Feira mensal de Oliveira do Hospital com comerciantes e clientes a agradecerem a reabertura do espaço, que foi encerrado devido à pandemia da Covid-19.

Com o país a desconfinar, era grande o anseio para que os mercados e feiras retomassem a sua atividade. Isso mesmo foi visível, esta manhã, em Oliveira do Hospital. A habitual fila de espera para o frango assado do “Dinis” foi prova disso, quando já se aproximava a hora para almoçar.

À Rádio Boa Nova, Carlos Dinis, comerciante na área da restauração contou que “é bom estar de regresso, é sempre importante estar a trabalhar”. Verificou contudo, que o “dia está a ser fraco, as pessoas ainda não sabem”. Os que souberam e puderam não faltaram à feira como o cliente José que, esta manhã, aguardava pelo seu frango. “Sentia muita falta. Já estamos a ver as coisas mais animadas. Temos que cumprir as regras e aceitar”, disse à Boa Nova.

Em tempo de sementeira e plantação das hortas, o setor hortícola contou com a presença de vários feirantes e clientes. Na banca de Maria Helena Correia, da Póvoa de Midões (Tábua), o cebolo era o mais procurado. Em confinamento, a produtora e comerciante “vendia em casa”, tendo também conseguido estar em “outros mercados”. Luciano Correia, de S. Gião, foi também comprar cebolo e considerou “muito importante haver feira porque as pessoas andavam muito preocupadas e não sabiam onde ir comprar”. “Verificou-se até uma enchente na estufa. Assim vai-se ajudando toda a gente. E é importante ajudar o nosso concelho, não é?” referiu o também presidente da Junta de Freguesia de S. Gião.

“Vencemos, estamos cá! É o que interessa”

No mesmo setor, Maria Natália não cabia em si de tanto contentamento com a reabertura da feira. “Toda a vida vivi nisto, fui arranjada nisto e cresci na agricultura e já não quero outro emprego”. O período em que não pode estar na feira “foi muito difícil”. Valeram as “pessoas amigas que foram lá, à quinta, e compraram, mas não tem nada a ver como a gente vir à feira”. “Estou muito satisfeita. Está bem que vimos vender, mas também conviver e ver pessoas amigas”, frisou a comerciante, que considerou que a reabertura aconteceu mesmo em boa altura (sementeiras). Pese embora o que ficou para trás devido ao confinamento, Maria Natália mantém-se positiva: “vencemos, estamos cá, é o que interessa”.

Para José Matos Silva, comerciante em fruta, os últimos tempos foram “péssimos”. Com toda uma vida ligada ao negócio da fruta, José Matos Silva defendeu que a feira já deveria “ter aberto há mais tempo”. “Não pudemos sair de casa, nem vender. E as contribuições e os seguros (para pagar) … foi um bocadinho complicado”, continuou, notando que o que valeu foram as entregas que o filho foi fazendo por Santa Comba Dão e Mortágua, assim como algumas feiras que não fecharam. O regresso, agora, foi uma “maravilha”, até porque “sempre gostou muito da feira de Oliveira do Hospital”, porque também mora perto, em Tábua.

De Vila Ruiva, no concelho de Nelas, uma comerciante de vestuário partilhou com a Rádio Boa Nova que “com as feiras fechadas” se viu “atrapalhada”. Ainda que satisfeita por estar de regresso, a feirante referiu que hoje o dia “foi muito fraco”. “Foi bom para as hortícolas e o colorau. Parte das pessoas não saberiam da (reabertura) da feira”, frisou.

“Acima de tudo está a haver muito cuidado. Houve um regresso com confiança”

Vice-presidente do Município de Oliveira do Hospital e responsável pelas feiras e mercados, José Francisco Rolo esteve, esta manhã, de visita à Feira mensal de Oliveira do Hospital. À Rádio Boa Nova considerou que “hoje é um dia importante, porque contribui para uma necessidade que todos temos de voltar a uma vida o mais próximo do normal”. “A reabertura da feira com todas as condições e controlo é importante para uma certa normalidade na vida das pessoas”, frisou notando que a feira é um “espaço de convívio”. Num balanço ao dia da reabertura, o responsável considerou que a feira abriu em “força, com muita procura”. “Às 08h30 já havia muita procura no setor agrícola, na área dos têxteis e agora começa a encher a área da restauração”, frisou, apreciando a postura das pessoas na proteção da sua saúde, com o uso de máscara.

A reabertura aconteceu devido ao número baixo de infetados no concelho e devido ao espaço da feira e fiscalização da proteção civil e da GNR e existência de zonas circulação para evitar cruzamentos entre pessoas. Estavam assim reunidas condições para reabrir a feira. “Abrimo-la em segurança”, disse José Francisco Rolo, dando o exemplo da zona da restauração, onde as mesas são apenas para quatro pessoas, tal como acontece nas esplanadas.

A reabertura da feira permite aos feirantes “voltarem a fazer negócio depois de estarem vários meses em inatividade”. “A Câmara isentou o pagamento dos terrados aos feirantes, mas queremos que volte a haver a feira, negócio e economia e ponto de encontra que funciona muito bem”, continuou o responsável, lembrando que depois de hoje, ainda neste mês se realiza a habitual feira do último domingo do mês.

Até meio da manhã de hoje, de acordo com os registos da proteção civil municipal, já tinham entrado na feira cerca de 1800 pessoas, sendo que o limite de presenças em permanência é na “ordem das 400 pessoas”. “A feira é grande, temos capacidade para gerir. Acima de tudo está a haver muito cuidado. Houve um regresso com confiança”, verificou José Francisco Rolo.

Exit mobile version