O Futebol Clube de Oliveira do Hospital (FCOH) pondera terminar com o futebol sénior. Num comunicado dirigido aos “sócios, adeptos, simpatizantes e patrocinadores”, o clube admite que “poderá encerrar a página dos seus 87 anos, com a cessação” do último escalão, dadas as dificuldades na sustentabilidade do emblema oliveirense.
Com “a máxima sinceridade e humildade”, o clube presidido por Mário Brito recorda com “mágoa e tristeza” o facto de a equipa sénior não ter conseguido a manutenção na Liga 3 “ao invés do que aconteceu nas últimas épocas”.
A sublinhar que “foi um dos clubes fundadores da Liga 3 e durante quatro épocas representou o concelho e a região nos vários estádios em que competiu”, a direção acredita que
foi possível “transformar o Futebol clube de Oliveira do Hospital numa marca atrativa, num clube mais respeitado e conhecido pela honra dos seus dirigentes, mas acima de tudo pela honestidade, educação e fair-play”. A direção entende que “desde o primeiro momento na Liga 3” o clube “esteve em clara desvantagem perante alguns dos adversários, com orçamentos bastante reduzidos e a jogar em casa emprestada” sendo que admite terem sido “tratados de forma esplêndida em Tábua”. No entanto sublinham: “a nossa casa, será sempre a nossa casa”.
Apesar de o clube ter “crescido muito nos últimos anos”, sobretudo “na formação”, “as condições de trabalho diminuíram na proporcionalidade inversa desse crescimento”.
“Ao invés do que se possa pensar, o Futebol Clube de Oliveira do Hospital não é, aos dias de hoje, um clube beneficiado na nossa cidade pelo apoio público”, lê-se na nota onde lamentam que são “dos poucos clubes que militaram na Liga 3, que não possuem estádio para jogar na sua cidade”. O clube dá conta de que dispõe “de um campo sintético limitado para treinar” e aguarda “a construção de uma estrutura de apoio há mais de 30 anos”.
A estrutura desportiva afirma que “a formação do clube é um verdadeiro caso de estudo” pois “possui cerca de 200 atletas e é uma entidade formadora certificada com 3 estrelas, tem formado nestes últimos anos vários atletas que transitaram para grandes clubes nacionais, obtém resultados meritórios ano após ano, com apenas um campo para treinar”.
No entender do clube, “os atletas têm orgulho em vestir a camisola do Oliveira, mas também sentem uma enorme mágoa quando se deslocam como clube visitante e equipam e jogam em instalações soberbas, de aldeias, vilas e cidades com menos dimensão e potencial do que Oliveira do Hospital”.
“Todos os decisores políticos, independentemente da sua bandeira política, deviam ter olhado nestes últimos anos para o Futebol Clube de Oliveira do Hospital como um veículo importante de promoção da cidade de Oliveira do Hospital e do desenvolvimento da economia local. Perdeu o comércio local, perderam as unidades hoteleiras, mas acima de tudo, perderam os Oliveirenses”, refere a direção que sublinha ainda que o clube é hoje “sobejamente conhecido mas pouco atrativo para investimento, algo que é fundamental para a continuidade do clube”.
Tendo em conta que a atual direção “adquiriu as ações” da SAD e “esteve em negociações com um possível investidor que não estava à altura dos valores do clube”, a estrutura afirma que continua “à procura de alguém sério que possa ajudar a manter o clube nas competições nacionais, na certeza porém, de que se isso não acontecer, o clube poderá encerrar a página dos seus 87 anos, com a cessação do futebol sénior”.
Com “a consciência de que o campeonato de Portugal não é a Liga 3, mas que a visibilidade continuará a ser enorme”, o FCOH apela “às forças vivas do concelho, aos empresários locais e nacionais, bem como ao poder político” que ajudem “a criar sinergias para que a história do Futebol clube de Oliveira do Hospital, nomeadamente do futebol sénior, não termine”.
Adiantam ainda que “a direção do clube cessará funções no final do próximo mês de junho”, contudo acreditam que “se a FCOH – SAD encontrar um parceiro sério para o futebol sénior, emergirá, com certeza, de entre os associados do clube, uma direção para o biénio 2025/2027”.